São Paulo, terça-feira, 23 de julho de 1996
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Parente de indiano morto em cativeiro elogia polícia do Rio

Comerciante foi sequestrado e assassinado no mesmo dia

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

O indiano Satyanarayan Kala, sobrinho do comerciante Padam Jain, sequestrado e morto em 12 de junho, definiu o sequestro como "o pior crime" que pode existir. "É a pior dor que alguém pode ter."
Kala veio ao Rio com a tia Usha Jain para acompanhar as investigações. Comerciante de pedras semipreciosas, Jain foi sequestrado e morto no mesmo dia, com um tiro na face. Sequestradores queimaram, então, o seu corpo.
Ao lado de Usha, em uma sala da DAS (Divisão Anti-Sequestro), Kala lamentou que os sequestradores não tenham dado qualquer chance ao tio.
"Em alguns casos de sequestro, você pode pagar pela vida da pessoa. Nem tivemos essa chance."
Kala elogiou a atuação da polícia. "A polícia daqui é muito eficiente. Os policiais deste departamento se esforçaram muito; só por causa disso pudemos solucionar esse mistério."
A mulher do comerciante não quis falar com os jornalistas. Ela reconheceu os sapatos e um relógio do marido. Cinco homens foram presos por policiais da DAS, acusados de participação no sequestro. Eles teriam confessado.
Vice-prefeito
Um dos presos é Osmar dos Santos, 52, candidato a vice-prefeito pelo PTB na cidade de Piquete (202 km a nordeste de São Paulo). O delegado Claudio Nascimento afirmou que os sequestradores pediram R$ 500 mil de resgate.
A família de Jain não pagou, exigindo antes uma prova de que o comerciante estava vivo. Segundo Nascimento, Santos afirmou que usaria a sua parte no resgate para pagar antigas dívidas e auxiliar sua campanha política.
Santos também teria dito aos policiais que o grupo decidiu matar Jain por dois motivos: por não ter dinheiro para alugar um cativeiro e por medo de que um dos integrantes do grupo tivesse sido reconhecido pelo comerciante.
Agentes da DAS solucionaram o crime após seguirem pistas dadas pelo vendedor de pedras semipreciosas Oscar Silveira Ledo, o ponto de contato do indiano no Brasil. Ledo conhecia Santos, que já foi vendedor de pedras no Rio.

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