São Paulo, terça-feira, 23 de julho de 1996
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Réus trocarão acusações em julgamento

Caso será julgado em agosto

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

No julgamento de 19 de agosto no 2º Tribunal do Júri do Rio, Pádua, 26, planeja apontar a ex-mulher Paula Thomaz, 25, como a verdadeira assassina de Daniella.
Paula Thomaz vai rebater a acusação. Ela dirá que nem sequer estava no local onde ocorreu o crime (rua Cândido Portinari, na Barra da Tijuca, zona sul do Rio), ao contrário do que afirma Pádua.
O assassinato da atriz ocorreu em 28 de dezembro de 1992. Daniella e Pádua eram colegas na novela "De Corpo e Alma", escrita pela mãe da atriz, Glória Perez. Daniella tinha 22 anos.
Apesar de já ter acusado a mulher em entrevistas e no livro que escreveu ("A História que o Brasil Desconhece"), Pádua ainda não o fez em juízo.
Nos depoimentos prestados à Polícia Civil e ao 2º Tribunal do Júri, Pádua sustenta que matou a atriz com 16 golpes de tesoura.
Segundo Pádua disse nos depoimentos, a morte de Daniella não foi premeditada. Paula e a atriz teriam se envolvido em uma briga.
Ao tentar proteger a então mulher, que estava grávida, Pádua teria dado uma "gravata" no pescoço de Daniella.
Pádua conta que Daniella desmaiou com o golpe. Por achar que ela estava morta, Pádua diz que decidiu golpeá-la com a tesoura, para dar a impressão de que a atriz foi morta ao reagir a assalto ou tentativa de estupro.
O réu, agora, mudará essa versão. Ele dirá ao sete jurados e ao juiz José Geraldo Antônio que Paula foi a autora das tesouradas.
Segundo Pádua, Paula tinha ciúmes de Daniella. O ex-ator afirma que mantinha um caso amoroso com Daniella, que era casada com o ator Raul Gazolla.
Paula rechaça as afirmações do ex-marido. Ela diz que, no momento do crime, estava no centro de compras Barrashopping, na Barra da Tijuca.
"A versão da Paula é a que aconteceu. Ela prefere ficar com a verdade", disse o advogado da acusada, Carlos Eduardo Machado.
Antes unidos, Pádua e Paula parecem separados para sempre.

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