São Paulo, terça-feira, 23 de julho de 1996
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Esporte 'rico' sai da adolescência

MAURICIO STYCER
ENVIADO ESPECIAL A ATLANTA

Disputado em termos profissionais há pouco mais de 20 anos, o vôlei de praia estréia hoje em Jogos Olímpicos na dupla condição de esporte milionário e popular -e dono de um de forte sex appeal.
O Brasil participa com quatro duplas -duas de homens e duas de mulheres. Mônica Rodrigues e Adriana Samuel estréiam às 9h45 (horário de Brasília) contra as italianas Solazzi e Turetta.
A outra dupla feminina, formada por Jacqueline (Jackie) Silva e Sandra Pires joga às 11h, contra a vencedora do jogo entre as duplas da Indonésia e do Canadá.
A estréia das duplas masculinas brasileiras (Franco Vieira Neto/Roberto Lopes e Emanuel Rego/José Marco Ferreira) é amanhã.
Franco e Roberto Lopes, e Jackie e Sandra são consideradas favoritas ao ouro por todas as publicações especializadas internacionais.
US$ 4 milhões
O sucesso do esporte pode ser medido pelos valores dos prêmios hoje pagos aos atletas -a ponta mais visível de um mercado também alimentado por patrocinadores e emissoras de televisão.
O circuito norte-americano de vôlei de praia, o mais importante em termos mundiais, já distribui mais de US$ 4 milhões em prêmios por ano. O circuito brasileiro, disputado em dez etapas, está oferecendo US$ 500 mil por ano.
Todos os atletas norte-americanos e brasileiros que estão em Atlanta (20 no total) vivem hoje do que ganham com o esporte.
Lobby
O lobby para a transformação do vôlei de praia em esporte olímpico contou com ajuda decisiva do Brasil, revelou anteontem o jogador norte-americano Sinjin Smith.
Em 1993, o presidente do COI, Juan Antonio Samaranch, e o presidente do comitê organizador de Atlanta, Bill Payne, foram convidados a assistir a uma etapa do circuito mundial, jogada em Copacabana, "e ficaram muito impressionados com a popularidade do esporte", contou Smith.
Pouca roupa
Outro segredo do sucesso do esporte, reconhecem os atletas, é o ambiente em que é disputado (a praia) e o uniforme (ou falta de uniforme) dos jogadores.
Os homens jogam de short e camiseta. As mulheres, apenas de biquíni. Por causa do sol, também usam viseira e óculos escuros.
Linda Hanley, uma das jogadoras da seleção norte-americana, diz ter consciência de que muita gente vai aos jogos para ver mulheres com pouca roupa. "Mas isso não me incomoda."
"Jogamos com a roupa que se vai à praia. O que mais você poderia usar na praia?", pergunta a jogadora Gail Castro.

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