São Paulo, terça-feira, 23 de julho de 1996 |
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Vídeos voltam ao Holocausto
CELSO FIORAVANTE
São quatro documentários ("Arquitetura da Destruição", "Libertação 9:00h 8 Maio 1945", "Sobreviventes do Holocausto" e "Prelúdio de uma Guerra") e duas ficções ("Um Passeio ao Sol" e "Sahara"). Embora a Guerra já tenha acabado há muito tempo e todas as comemorações pertinentes tenham sido realizadas em 94 (50 anos do desembarque dos aliados na Normandia, em 6 de junho, o chamado "Dia D") ou em 95 (cinquentenário da capitulação alemã, em 8 de maio), esses lançamentos servem para reativar lembranças. Como aquela de uma das "Sobreviventes do Holocausto", que diz em documentário homônimo produzido por Spielberg: "Você tem que se envolver porque senão, e Deus nos proteja, a mesma coisa pode acontecer de novo. Não importa quão maravilhoso é o país, basta um punhado de gente espalhando boatos e essa maldição pode voltar pior que um terremoto". Seu temor é mais que fundamentado, haja visto a impotência da ONU e de todas as nações democráticas do mundo em capturar o líder sérvio Rodovan Karadzic e seu comandante militar, Ratko Mladic, ambos foragidos na Bósnia, mesmo depois de terem sido acusados de genocídio e crimes contra a humanidade pelo Tribunal de Crimes de Guerra da ONU. Karadzic e Mladic estão com mandados internacionais de prisão emitidos pela ONU, acusados pelo massacre de milhares de muçulmanos durante o ataque de Srebrenica (leste da Bósnia), considerada a pior atrocidade contra a raça humana desde o Holocausto. Curiosamente, essa matança em massa aconteceu em julho, a partir do dia 11, um mês particular para a Segunda Guerra Mundial. Foi no dia 14 desse mesmo mês, em 1933, que Hitler assinou uma lei que obrigava a esterilização de todos os doentes com problemas hereditários, o começo de sua "limpeza étnica", que visava a purificação da raça ariana. No dia 18, em 1937, Hitler inaugurou em Berlim a Casa de Arte Alemã, museu que seria o templo da nova arte germânica. Toda "arte degenerada", sinônimo da depravação espiritual e intelectual alemã, deveria ser banida. Este é o ponto de partida de "Arquitetura da Destruição" (leia crítica abaixo). Hitler acreditava que qualquer vitória -política, militar e principalmente étnica- seria possível apenas com uma vitória estética. LEIA MAIS sobre os lançamentos de vídeo à página 5-3 Próximo Texto: "Prelúdio" é publicidade Índice |
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