São Paulo, terça-feira, 23 de julho de 1996
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Os verdadeiros 'joões'; Óbvio; Mulheres na política; Perplexidade; Malufismo; Salve-se quem pagar; Contrapartida; Questão de lados; Nunca mais; Culpados; Patriotismo de menos; Lucidez

Os verdadeiros 'joões'
"Sobre a reportagem 'Para o Brasil, japoneses só têm 'joões' (19/7): pelo que vimos, o time de 'joões' ganhou do time dos grandes 'gênios'.
E agora, José? Ou melhor, e agora, Zagallo?
Jogaram de salto alto ou são mesmo incompetentes?"
Linneu Arantes Bueno (São Paulo, SP)

Óbvio
"O vereador Odilon Guedes torna a usar de má-fé ('Painel do Leitor', 20/7) para tentar negar o óbvio: na gestão de Paulo Maluf a prefeitura saiu de um déficit de R$ 500 milhões, verificado em 92, último ano da gestão petista, para um superávit de R$ 1 bilhão, em 95.
A austeridade do atual governo se evidencia, por exemplo, por ter acabado com o antro de corrupção e desperdício da antiga CMTC, que desviava para o bolso dos empresários de ônibus mais de US$ 1 milhão por dia.
E não é demais lembrar que as contas do governo do PT, partido do vereador Odilon Guedes, foram sucessivamente rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Município."
Bruno Féder, vereador pelo PPB (São Paulo, SP)

Mulheres na política
"O Tribunal Regional Eleitoral vai apresentar ao eleitor o voto eletrônico. Para isso colocará nomes fictícios como candidatos a prefeito.
A Folha divulga o nome de uma mulher, mas para vereador não cita nenhum exemplo.
Espero que não seja proposital, afinal, mesmo sendo apenas uma demonstração, deveriam citar 20% de mulheres candidatas e ainda dar importância ao número, pois a urna eletrônica só aceita o número."
Maria Helena Pereira Fontes, candidata a vereadora pelo PL (São Paulo, SP)

Perplexidade
"Assim como muitos outros agricultores brasileiros, fiquei perplexo ao tomar conhecimento de que o Banco Central, dia 3/7, passou fax às agências bancárias suspendendo as operações de EGF, que seriam assinadas dia 5/7.
A operação de EGF é um financiamento, com juros normais de agricultura, tem como garantia o produto depositado em armazém determinado pela Conab, existe há muitos e muitos anos e visa dar ao produtor o direito de retardar a comercialização da safra, o que evita a escassez na entressafra.
Porém a escassez não preocupa nossos governantes, pois ocorrerá após as eleições de 3 de outubro."
Alfredo da Silva Fortes (São José do Rio Preto, SP)

Malufismo
"Há algum tempo venho desconfiando da tendência malufista da Folha. Hoje tenho certeza.
É impressionante o espaço que o Maluf recebe da Folha por mais banal que seja o assunto. Agora, o candidato do prefeito está sendo beneficiado com essa prática.
Pra quem duvida, basta rever as edições da Folha dos últimos meses."
João Batista Barbosa, 1º vice-presidente da Delegacia Regional do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (São José dos Campos, SP)

Salve-se quem pagar
"Com todo respeito ao professor Dalmo de Abreu Dallari, reporto-me ao seu artigo 'Segurança e igualdade de direitos' (18/7), onde o professor critica a pretensão de uma associação de moradores de complementar o salário de policiais e melhorar o equipamento policial em troca de um mais ostensivo policiamento do seu bairro.
A pretensão da associação, professor, está plenamente coerente com o discurso oficial do Estado mínimo, tão em moda nos dias atuais. Preocupa-me, professor, é que estamos muito próximos do salve-se quem pagar."
Antoniel Alves Feitosa (Recife, PE)

Contrapartida
"Muito interessante o artigo do senador pernambucano Joel de Hollanda sobre a questão do desnível social e econômico do Brasil.
Sem dúvida, o governo federal precisa incentivar o desenvolvimento no Nordeste. Antes, porém, espero que a política nordestina assuma sua responsabilidade interna. Trabalhe e lute por sua região sem interesses pessoais!"
Maria Érica de Oliveira Lima (Campinas, SP)

Questão de lados
"Li na Folha de 10/7 declaração de FHC na qual ele diz que o regime militar foi horrível.
Será que ele acha isso mesmo? Então como explicar sua aliança com próceres da ditadura como ACM, Maciel e outros menos votados, que apoiaram a ditadura e cresceram politicamente com ela?
Eu sempre soube de que lado estou, por isso posso dizer: a ditadura militar foi horrível."
José Ricardo de Mello Amorim (Rio de Janeiro, RJ)

Nunca mais
"Em artigo de 12/7 o ex-presidente Sarney defende que esqueçamos os jovens torturados e assassinados pela ditadura militar.
Muitos foram mortos e já se sabe quem os matou.
Outros foram assassinados e não são reconhecidos como tal, e aqui cabe lembrar Edson Luiz, morto em março de 68, no Rio de Janeiro.
Urge reconhecimento oficial e indenização pela morte desse jovem brasileiro, para tranquilizar sua pobre mãe.
Tortura e violência nunca mais. Os erros do passado devem ser reparados para construirmos uma sociedade melhor e humana."
Caroll Colber de Lemos (São Paulo, SP)

Culpados
"Sobre o debate que discutiu o relacionamento do artista jovem com o mercado, gostaria de dizer que os culpados são dois: o artista, por idiotizar o público com obras sem a menor empatia e que primam pela esquisitice modernosa.
O outro culpado é a crítica especializada, sofredora da síndrome de Van Gogh -ou seja, o artista que vender dois quadros em vida não presta-, esquecendo que com o fim do mecenato da igreja e do Estado a nossa salvação são as paredes das casas da nossa velha e boa classe média."
Gomes de Souza, presidente da Associação Goiana de Artistas Plásticos (Goiânia, GO)

Patriotismo de menos
"Quando os militares governaram o país havia muita repressão, censura, pouca liberdade e também vergonha na cara.
Hoje os políticos, com suas mordomias e altos salários, inclusive os privilégios no serviço público, denominados 'direitos adquiridos', estão levando o país à insolvência.
No Congresso Nacional, convocado extraordinariamente, os deputados vão receber este mês R$ 16 mil, cada um. O governo vai gastar com essa inútil convocação a bagatela de R$ 9,5 milhões.
Se houvesse um pouco de patriotismo, não haveria necessidade de criar mais impostos."
Dorival Cury (Bauru, SP)

Lucidez
"Marilene Felinto: quanto mais leio seus artigos na Folha mais tenho a convicção de que a senhora é uma das lúcidas e inteligentes jornalistas deste nosso país.
Felicito-a por ter sempre o cuidado e o amor à opinião pública a ponto de nunca desrespeitar o leitor -que está sempre passivo do outro lado."
Vivaldo L. Trindade (Brasília, DF)

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