São Paulo, quarta-feira, 24 de julho de 1996
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Bolsa de estudo vai favorecer área carente

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) vai redirecionar as bolsas de estudo para áreas em que há carência de profissionais, como metrologia e ciências exatas.
Ainda em 1996, será elaborado o 4º Plano Nacional de Desenvolvimento da Pós-Graduação, que vai incentivar a formação de especialistas nessas áreas.
O anúncio da elaboração do plano foi feito ontem pelo presidente da Capes, Abilio Afonso Baeta Neves, durante as comemorações dos 45 anos da instituição.
"O programa de bolsas precisa ser revisto porque está arrastado. A reestruturação da distribuição de bolsas será um dos maiores desafios da Capes nos próximos anos.", disse ele.
Em 1995, a Capes concedeu 19 mil bolsas para alunos de pós-graduação. Dentre essas, 12,2 mil foram destinadas a quem cursa o mestrado, e 6.800, aos alunos do doutorado (veja ao lado).
As áreas de conhecimento que receberam a maior parte das bolsas da Capes em 1995 foram ciências humanas (3.406), engenharia (3.305) e ciências da saúde (2.946).
Objetivos
Segundo Baeta Neves, o plano terá dois objetivos principais: descobrir os setores em que haja escassez de recursos humanos com aperfeiçoamento e identificar as áreas mais procuradas por alunos de mestrado e doutorado.
"As bolsas da Capes devem atender os setores com carência de recursos humanos no Brasil e os que são muito procuradas pelos pós-graduandos", disse ele.
"Essa era a função principal da instituição desde a sua criação, e precisamos voltar aos princípios."
Para o presidente da Capes, o incentivo à concessão de bolsas para a área de ciências exatas não significa que humanas, sociais e aplicadas serão esquecidas ou punidas.
"Vamos criar mecanismos para incentivar o aperfeiçoamento de pessoal em áreas carentes de profissionais com pós-graduação e que sejam de fundamental importância para o país", afirmou.
"Mas as ciências sociais têm um papel importante, são muito procuradas e não serão esquecidas", disse Baeta Neves.
Bolsas mantidas
A Capes deverá manter nos próximos anos a média de 21 mil bolsas concedidas a alunos de mestrado e pós-graduação dentro e fora do país. Esse número vem se mantendo estável desde 1991.
Segundo Baeta Neves, a Capes é hoje a principal financiadora pública do ensino superior, ultrapassando o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que concede em média 14 mil bolsas para alunos de pós-graduação.

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