São Paulo, quinta-feira, 25 de julho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FHC quer limite mínimo de idade para aposentadoria

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso pediu ontem aos líderes dos partidos aliados no Senado que incluam na reforma da Previdência o limite mínimo de idade para aposentadoria de 55 anos para a mulher e 60 para o homem.
O presidente reuniu os líderes no Palácio do Planalto para defender mudanças na proposta de reforma do sistema previdenciário aprovada pela Câmara dos Deputados.
A Câmara rejeitou a limitação de idade proposta pelo relator Michel Temer (PMDB-SP), de 50 anos para a mulher e 55 para o homem.
FHC pediu que os líderes discutam a possibilidade de "desconstitucionalizar" (retirar do texto constitucional e transferir para a legislação complementar) o máximo possível das regras previdenciárias. As lideranças começaram a discutir o assunto ontem mesmo, no início da noite.
Outro apelo feito pelo presidente foi para que o Senado proíba a acumulação de proventos com salários e acabe com a aposentadoria especial para professor universitário (após 30 anos de serviço para o homem e 25 para a mulher).
FHC defendeu aposentadoria especial apenas para professores primários. A Câmara manteve a aposentadoria especial para professor universitário (artigo 40).
FHC defendeu ainda que o Senado acabe com a aposentadoria proporcional do servidor público, também mantida pela Câmara.
FHC apelou para que os senadores retirem do projeto da Câmara o dispositivo que garante repasse dos aumentos reais dos servidores em atividade para os inativos.
O presidente disse que a Previdência deve preservar o valor real dos proventos dos inativos, sem vantagens adicionais.
Reação
Na reunião com FHC, o único líder que reagiu aos apelos foi Epitácio Cafeteira (PPB-MA).
Um dos pontos dos quais ele discorda é a "desconstitucionalização" das regras. Cafeteira não garante apoio dos cinco senadores do seu partido ao projeto idealizado pelo governo.
"O presidente expôs o que quer que o Senado faça. Mas eu não abro mão das minhas convicções. Eu, por exemplo, não voto contra funcionário público de jeito nenhum", disse Cafeteira.
O nome do relator pode ser definido hoje. O líder do PFL, Hugo Napoleão, é um dos candidatos. O relator será do PFL ou do PSDB.

Texto Anterior: Uma dura vitória
Próximo Texto: Oposição quer votar já a reforma administrativa
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.