São Paulo, quinta-feira, 25 de julho de 1996
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Equipe econômica repudia taxa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A equipe que administra o Plano Real, concentrada no Ministério da Fazenda e no Banco Central, foi contra a criação da CPMF por avaliar que o novo imposto elevará os juros e os custos de produção.
Embora a alíquota de 0,2% da CPMF pareça baixa, o BC considera que, no atual período de inflação baixa, ela terá efeitos nocivos sobre os juros e os rendimentos das aplicações financeiras.
Por esse raciocínio, os bancos repassarão os custos adicionais que terão com a CPMF a seus preços, ou seja, aos juros cobrados em empréstimos e às tarifas bancárias.
Na época da inflação alta, quando os juros passaram do patamar de 50% ao mês, o impacto do antigo IPMF, cobrado em 94, era pequeno. Hoje, porém, os juros do BC não chegam a 2% mensais.
Os juros praticados pelo BC em suas operações com títulos públicos são uma espécie de referência para as demais taxas dos bancos.
Quando vão cobrar juros em empréstimos, os bancos somam à taxa do BC outros custos, como impostos e depósitos obrigatórios no BC. A CPMF seria um custo a mais.
A equipe econômica estima ainda que os bancos exigirão juros mais altos para comprar títulos da dívida do governo. Um estudo passado à imprensa sob anonimato chegou a estimar em R$ 4 bilhões anuais os custos adicionais impostos à dívida pública.
Mas o secretário do Tesouro Nacional, Murilo Portugal, disse não acreditar que haja custo adicional na dívida pública com a CPMF.

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