São Paulo, quinta-feira, 25 de julho de 1996
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Guarujá usa injeção de AZT em partos de gestantes com Aids

Objetivo é reduzir as chances de o bebê nascer com o vírus

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

A Prefeitura de Guarujá (87 km a sudeste de São Paulo) está importando AZT injetável para aplicar durante o parto em grávidas portadoras do vírus HIV, da Aids.
O objetivo é reduzir as chances de o bebê nascer com o vírus, conforme o infectologista Marco Antonio Barbosa dos Reis, 33, coordenador do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids da Secretaria Municipal de Saúde.
Segundo Reis, o tratamento com AZT injetável permite reduzir de 25% para 8% as chances de um filho de mãe portadora do vírus nascer contaminado.
O tratamento inclui ainda o uso de AZT pela grávida a partir da 14ª semana de gestação e de um "xarope" de AZT pela criança nas seis primeiras semanas de vida.
O efeito colateral do tratamento na criança é uma anemia "transitória" nos primeiros meses de vida, segundo Reis.
Somente após 18 meses será possível comprovar, por meio de exame do sangue, se a criança é portadora do vírus. Isso porque, ao nascer, ela carrega anticorpos da mãe, o que faz com que o exame aponte resultado positivo.
A prefeitura já importou da Inglaterra 50 frascos de AZT injetável, quantidade suficiente para oito a dez partos, de acordo com o peso das gestantes.
Reis afirmou que o medicamento foi adquirido com recursos próprios do município.
O tratamento está disponível para mulheres que vão fazer parto no serviço público de saúde da cidade. Também serão atendidas grávidas portadoras de HIV de outras cidades da Baixada Santista.

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