São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 1996
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Para deputado, houve execução

WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado Nilmário Miranda (PT-MG), que integra a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos do Ministério da Justiça, disse ontem que o terceiro laudo necrológico de Carlos Lamarca indica que ele foi "executado" e que lhe foi negado socorro.
"Com esse novo laudo, não restam mais dúvidas de que a história contada no relatório da 'Operação Pajuçara' é falsa. Ele morreu sem ter condições de se defender ou mesmo de atacar, pois estava debilitado e atingido mortalmente", disse Nilmário.
O deputado contesta o relatório da operação, realizada entre agosto e setembro de 1971 e coordenada pelo então major Nilton Cerqueira -hoje general e secretário de Segurança do Rio de Janeiro.
O relatório afirma que Lamarca conseguiu fugir por 15 metros, carregando um saco, até ser morto depois de entrar em confronto com os quatro militares que o cercaram, no dia 17 de setembro, em Brotas de Macaúba (BA).
"Os laudos indicam que ele recebeu tiros pelas costas, que certamente o jogaram no chão de imediato. E, ainda que ele estivesse armado, não teria como reagir, pois foi alvejado na mão direita", disse o deputado.
A comissão se reúne novamente no próximo dia 1º para reiniciar a avaliação do caso Lamarca. Até a última reunião, no início de junho, havia 2 votos -dentre 7 possíveis- contrários ao pedido de indenização feito pela família de Lamarca.

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