São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 1996 |
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Gravadora recolhe CDs de Tiririca
CRISTINA RIGITANO
A música teve sua execução proibida também em emissoras de rádio e televisão ou em apresentações ao vivo no Estado do Rio, porque estaria divulgando mensagem racista. A decisão, acatando pedido de liminar encaminhado pelo Ministério Público, foi tomada anteontem pela juíza Flávia Viveiros de Castro, da 1º Central de Inquérito da Procuradoria Geral de Justiça do Rio. O pedido de proibição foi encaminhado ao Ministério Público pelo Ceap (Centro de Articulação de Populações Marginalizadas), que acusou a música de conter teor racista. O diretor de marketing da Sony, Luiz André Calainho, 30, disse que a empresa vai acatar a decisão da Justiça, mas entrará hoje com recurso para tentar cassar a liminar. "Com a polêmica, as vendas aumentaram 35%. A música é ingênua. Mas, se não tiver jeito, vamos retirá-la e relançaremos o CD com uma música a menos", disse Calainho. Em três meses, o disco "Tiririca" vendeu 320 mil cópias. A direção da Sony Music informou que até segunda-feira todo o material do Rio já estará recolhido. "Se até a próxima semana não revertermos o quadro, recolheremos as 25 mil cópias distribuídas em todo o Brasil", disse Calainho. O diretor da Ceap, Êle Semog, 43, informou que entidades que defendem a causa negra em outros Estados entrarão hoje na Justiça. Perfume ruim Calainho disse ainda que a música foi feita para a mulher de Tiririca, Rogéria Márcia. "A música fala de cabelo porque ela tem o cabelo anelado. Ela chegou em casa com um perfume ruim, por isso a música também fala que ela fede." Texto Anterior: Gravadora recolhe CDs de Tiririca Próximo Texto: Atriz Edith Siqueira morre aos 39 de câncer Índice |
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