São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 1996
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Governo fará campanha para que empresas tenham escola

Objetivo é qualificar melhor a mão-de-obra no país

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo vai fazer uma campanha nacional para universalizar o curso de 1º grau em todas as empresas brasileiras.
O projeto terá a participação do Ministério do Trabalho, de sindicato de trabalhadores e de entidades patronais.
O ministro Paulo Paiva disse à Folha que há uma exigência maior de qualificação na área da educação básica.
Dados do ministério mostram que 60% dos trabalhadores da Grande São Paulo não têm o curso primário (1ª a 4ª série) completo.
Paiva disse que alguns setores da indústria, como o automotivo, exigem que seus funcionários tomem decisões rápidas e operem três máquinas simultaneamente.
"Por isso temos de melhorar a qualidade profissional das pessoas que estão empregadas, para que elas não sejam trocadas por outras", disse Paiva.
Apoios
As confederações nacionais da Indústria e do Comércio vão apoiar o projeto, já que têm infra-estrutura completa em relação aos cursos supletivos.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (filiado à CUT) também vai aderir à campanha.
A meta é implantar os cursos de 1ª a 8ª série ainda neste ano. "Queremos levantar o que já está sendo feito pelas grandes indústrias e estender esses programas para outras empresas", afirmou Paiva.
Microempresas
No caso das micro e pequenas empresas, o ministério pretende reunir aquelas que estão próximas geograficamente para ter melhor aproveitamento dos cursos.
Neste ano, a meta do governo é liberar R$ 300 milhões para treinamento e qualificação profissional. A meta é treinar 1,5 milhão de trabalhadores.
Na campanha, o ministério vai tentar atrair a participação dos Estados e municípios.
Os brasileiros ficam, em média, apenas 3,2 anos na escola.

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