São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 1996
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'Praia' entra em clima histérico

MAURICIO STYCER
DO ENVIADO A ATLANTA

A estréia do vôlei de praia em Jogos Olímpicos está dando margem a um clima de euforia que chega próximo da histeria em Clayton, cidadezinha localizada 35 km ao sul de Atlanta.
"Vocês estão sendo testemunhas de um evento histórico", diz o locutor ao público. "Yes!!!", urram os cerca de 8.000 espectadores da quadra central, em resposta.
Como Atlanta está distante quase 400 km do litoral, para abrigar este "evento histórico" o comitê organizador teve que montar um complexo esportivo 100% artificial, formado por uma praia artificial e um lago artificial, dentro de um parque municipal.
Os melhoramentos feitos no local, da ordem de US$ 700 mil, serão deixados para o parque.
O local lembra uma quermesse, recheada de barraquinhas que vendem hot-dogs, café, camisetas e bonés com a marca Atlanta-96.
Público novato Como a maior parte do público nunca havia assistido antes uma partida de vôlei de praia, o locutor se esforça em ensinar o que está se passando na quadra e faz de tudo para animar os norte-americanos.
"Empatamos o jogo. Levantem-se e gritem", convida o locutor quando os norte-americanos Dodd e Whitmarsh empataram em 6 a 6 a partida que viriam a ganhar contra Zé Marco e Emanuel.
"Quando os brasileiros estão num lugar todo mundo dança", diz o locutor momentos depois, na tentativa de não parecer muito parcial, mas sem convencer.
Diante do convite para dançar, os brasileiros -cerca de cem, parte formada por torcedores profissionais, que viajaram a Atlanta com patrocínio- reagem ensaiando um sambinha.
Apaixonado por "olas", o locutor passa a maior parte dos intervalos ensaiando a platéia. "Mais rápido", pede. "Gritem quando levantarem os braços. Gritem alto", insiste -e o público, educado, faz a "ola" como ele pediu.
Os problemas de organização dos Jogos se refletem de forma grave na quadra artificial de Clayton.
Quem vai de carro, deve deixá-lo num estacionamento distante 15 km do complexo esportivo e, de lá, tomar um ônibus. A operação costuma atrasar em 30 a 40 minutos a chegada dos espectadores.
Também não é possível estacionar o carro em outros estacionamentos nos arredores, já que, por razões de segurança, é proibido entrar no local a pé.
(MSy)

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