São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 1996 |
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Um dia de fúria em Atlanta Tudo o que pode errado na vida de um espectador da Olimpíada MAURICIO STYCER
Estima-se que 1,5 milhão de visitantes vão passar pela cidade ao longo dos Jogos -o equivalente à metade da população da Grande Atlanta. Para atender a esse novo contingente, o comitê organizador da Olimpíada e a prefeitura montaram um plano de transportes que está se revelando um fracasso total -abalando a imagem dos Jogos e da cidade. Como é proibido chegar aos locais de competição de carro, os espectadores são obrigados a andar de ônibus ou de metrô. Um espectador que tenha planos de assistir uma competição às 9h da manhã precisa primeiro sair de sua casa às 7h, superar os congestionamentos nas rodovias de acesso ao centro de Atlanta e estacionar o carro a 20 km do estádio. Depois, precisa torcer para que um dos 2.000 novos motoristas de ônibus incorporados à frota municipal conheça o caminho até o estádio. Quando não se perdem, o que ocorre com frequência, os novos motoristas provocam acidentes -como o que feriu anteontem um remador de Antígua. O ônibus em que estava, repleto de remadores, bateu à caminho da Vila Olímpica. Se os ônibus andam devagar e sem direção, o metrô anda completamente entupido. O espectador que sair de uma competição no início da tarde e resolver ir, com ajuda do metrô, a um outro estádio, precisa de muita paciência -e corre o risco de chegar atrasado. O Marta, como é chamado o sistema de metrô, transporta cerca de 475 mil passageiros ao dia. Durante os Jogos, a demanda está sendo de 1 milhão de passageiros/dia. Anteontem à noite, por exemplo, a polícia obrigou os usuários a esperarem pelo metrô no meio da rua. Como várias competições terminaram mais ou menos na mesma hora, algumas estações ficaram tão apinhadas que não havia espaço nas plataformas para mais gente. Texto Anterior: Desafios; Duelo Principal; Heróis Próximo Texto: Um dia de fúria no caos de Atlanta Índice |
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