São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 1996 |
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Publicitários cavam patrocínio para Bienal
ARMANDO ANTENORE
A iniciativa é inédita na história da mais importante mostra latino-americana de arte. A Fundação Bienal, responsável pela organização do evento, divulgou ontem os nomes dos publicitários: Washington Olivetto (W/Brasil), Ana Carmen Longobardi e Júlio Ribeiro (Talent), Nizan Guanaes (DM 9), Flavio Correa (Standard Ogilvy & Mather), Francesc Petit (DPZ), Christina Carvalho Pinto (Young & Rubicam), Alex Periscinoto (Almap) e Jens Olesen (McCann Erickson). Estima-se que a 23ª edição da mostra custará US$ 12 milhões e terá representantes de pelo menos 74 países. A 22ª, em 1994, saiu por US$ 9 milhões e reuniu 60 países. O Ministério da Cultura bancará parte dos US$ 12 milhões. Vai arcar, mais precisamente, com US$ 2 milhões. A Fundação Bienal colocará outros US$ 2 milhões. E os governos dos países participantes injetarão, juntos, US$ 4 milhões. Os US$ 4 milhões restantes ficarão por conta da iniciativa privada. Empresas comprarão cotas de patrocínio com valores entre US$ 100 mil e US$ 500 mil. Eis o ponto em que entram os publicitários. No ano retrasado, a cúpula da Fundação Bienal tomou para si o desafio de cavar os patrocínios. Diretores da entidade batiam às portas dos empresários e lhes propunham o negócio. Agora, são as agências de publicidade que sairão a campo. Oferecerão o "produto Bienal" para seus clientes. Por "produto Bienal", entendam-se as 18 salas especiais que irão compor a mostra. Em cada sala, haverá trabalhos de um artista consagrado. Destacam-se, entre eles, os espanhóis Pablo Picasso e Goya, o suíço Paul Klee, o norueguês Edvard Munch, os norte-americanos Andy Warhol e Jean-Michel Basquiat, a venezuelana Gego e o inglês Anish Kapoor. A idéia é vender 18 cotas de patrocínio, uma para cada sala. Quem as comprar estará associando sua marca à obra do artista correspondente. Em outras palavras: adquirindo as cotas, os empresários receberão anúncios nos meios de comunicação pelo mesmo valor do patrocínio. Tais anúncios irão divulgar as salas especiais -com o lembrete de que o público só poderá vê-las porque esta ou aquela empresa decidiu bancar a empreitada. Texto Anterior: ENTRELINHAS Próximo Texto: Evento será anual a partir de 1998 Índice |
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