São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Família já prepara volta de Lamia ao Brasil

DA REDAÇÃO; COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

RODRIGO LEITE
A família da brasileira de origem palestina Lamia Maruf já prepara a volta dela para o Brasil. Lamia deve ser solta na próxima semana.
Ela foi condenada pela Justiça de Israel pelo envolvimento no sequestro, seguido de morte, de um soldado israelense em 1984.
Segundo o advogado de Lamia, Airton Soares, ela não estará segura em Israel. Ele teme a Associação de Vítimas das Ações Palestinas, de extrema direita, que poderia tentar matar Lamia.
Por isso, a Embaixada do Brasil recebeu o pedido de um documento de viagem (substituto provisório do passaporte, que está vencido), e a família está enviando uma passagem aérea. A idéia é que ela volte no dia em que for solta.
"Não tenho medo de que ela fique lá, pois nossa terra, a Palestina, agora é livre. Mas é melhor ela voltar e esquecer o que passou, porque a família está aqui. Além disso, os parentes do soldado ainda têm ódio", diz Maruf Hassan, 66, pai de Lamia, em São Paulo.
"Estamos cansados, mas parece que agora é verdade que vão soltá-la. Há 80% de chance."
Segundo o advogado Soares, a libertação de Lamia e de outras duas prisioneiras palestinas depende apenas de uma questão burocrática: as famílias dos israelenses mortos entraram com recurso na Justiça para tentar impedir a libertação.
O indulto se dá por decreto do presidente Ezer Weizman, e a Justiça não pode revertê-lo. Mas é necessário o trâmite total do recurso.
Ontem, duas das cinco palestinas ainda presas foram libertadas. Uma delas, Inam Jaber, 24, deixou a prisão de Neve Tirza após assinar uma declaração se comprometendo a abandonar o terrorismo.
A outra prisioneira, Mai Rasin, ficou na cadeia em solidariedade às outras três palestinas presas -inclusive Lamia. Cerca de outras 20 já haviam recebido autorização para deixar a cadeia, mas também ficaram, em apoio às demais.
Com agências internacionais

Texto Anterior: Guerra em Ruanda matou mais de 1 milhão
Próximo Texto: Arafat encontrou-se com pais da prisioneira
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.