São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 1996
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A ideologia do PFL

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - A reunião de ontem da cúpula do PFL, mediada por Jorge Bornhausen, produziu os efeitos esperados. O presidente do PFL de São Paulo, Antônio Cabrera, explicou a sua aliança com Paulo Maluf.
Os dirigentes nacionais pefelistas escutaram. Agora, é esperar o resultado da eleição.
Se o candidato de Maluf conquistar a Prefeitura de São Paulo, Cabrera ficará encalacrado. Terá de decidir se apóia o atual prefeito na sua obsessão pela Presidência da República. Ou se permanece no PFL.
Se Maluf perder em outubro, tudo fica mais fácil. A aliança PFL-PPB se desfaz na cidade de São Paulo. E Cabrera pode tentar recapturar a confiança dos caciques pefelistas.
Com vitória ou derrota do candidato malufista, entretanto, o PFL continuará basicamente onde sempre esteve na capital paulista: no chão. Cabrera não concorda com isso.
"A aliança com o PPB vai garantir ao PFL a vitória em 130 cidades. Temos candidatos próprios em 370 cidades em São Paulo", diz o presidente do PFL paulista. Fala como se prefeitos do interior fossem monumentos à fidelidade partidária.
Para Cabrera, o PFL estará se consolidando para lançar candidaturas próprias em 98. O partido quer disputar sozinho a eleição para governador.
O que Cabrera não responde é a razão de não ter feito essa opção já, para prefeito de São Paulo. Mesmo sem chances, o PFL poderia tentar uma candidatura que marcasse posição no primeiro turno e divulgasse o tão decantado programa liberal que os pefelistas dizem seguir.
Aliado a Maluf, o PFL reforçou sua imagem antiga em São Paulo. A de ser um partido que só pensa em dar apoio ao governo da vez.
Talvez a opção de Cabrera seja mesmo o caminho natural do PFL. Afinal, o partido está longe de ser a agremiação ideológica que propaga.
No seu estatuto o PFL diz ser contra a criação de mais impostos. Na prática, fez de tudo para aprovar a CPMF, o imposto do cheque para a saúde.

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