São Paulo, sábado, 27 de julho de 1996
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Villaventura faz moda emocionante

ERIKA PALOMINO

ERIKA PALOMINO; EVA JOORY
COLUNISTA DA FOLHA

EVA JOORY
Depois de cinco dias de desfiles, o MorumbiFashion Brasil terminou ontem, no parque do Ibirapuera, em São Paulo.
O estilista cearense Lino Villaventura fez um desfile emocionante, colocando na passarela heroínas provenientes de seu universo fashion pessoal.
Mostrou o desfile que faltava dentro do território da moda brasileira, repleto de referências ao Nordeste, sem cair no regionalismo. Foi aplaudido logo à primeira entrada.
Seu principal fundamento é o patchwork, obtido por meio de um mix de materiais e cores, com efeitos surpreendentes e coloridos.
A trilha sonora acompanhou a sofisticação da coleção. O momento máximo foi um trecho da música "Pavão Misterioso", de Ednardo, com a modelo Paula Roque se abanando com um leque de penas de pavão.
O desfile do estilista Jorge Kauffman atrasou mais de duas horas, acarretando demoras pelo resto da noite.
O primeiro do dia foi o da Reciclagem. Com meia sala vazia e uma hora de atraso, a marca fez desfile relâmpago de apenas dez minutos.
Inspiradas no grafismo e minimalismo da marca Missoni, um dos hypes atuais, e com referências explícitas de Gucci, Suzanne Clements e Inácio Ribeiro (ele também foi o responsável pela edição do desfile), da grife Clements Ribeiro, repetiram as mesmas estampas geométricas.
Boas as idéias das jaquetas tipo mod, com calças de cós baixo. Os decotes, sensuais, vinham ora insinuantes, ora em pequenos detalhes de luas.
As cores mais fortes eram o vermelho e preto. O resto da cartela de cores vinha em tons pastel.
As estampas se repetiam pelo desfile em várias peças, provocando uma série de looks intermináveis. Alguns vinham sofisticados, com modelos de chapéu. Mas no geral, uma sensação de déjà vu.

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