São Paulo, sábado, 27 de julho de 1996
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Economista pegou ministério em 91

Em 92 a inflação caiu de 267% para 36,7%

DO BANCO DE DADOS

O economista Domingo Cavallo, 50, abandonou em janeiro de 91 o cargo de ministro das Relações Exteriores para tornar-se o titular da pasta de Economia, em meio a uma crise política e econômica no primeiro governo do presidente Carlos Menem (1989-1995).
Assumiu um ministério desgastado por sucessivos ajustes econômicos que, embora tenham conseguido deter a inflação, não evitaram o aprofundamento da recessão. Seu nome era cotado para o cargo desde a posse de Menem.
Dois meses depois, o governo apresentou projeto que instituía que 10 mil austrais passariam a valer por lei, no máximo, um dólar. Permitiam-se transações e depósitos na moeda norte-americana. Emissões de moeda sem lastro em divisas ou ouro no BC ficaram proibidas.
Em outubro de 91, o governo desregulamentou a economia. Taxas alfandegárias acabaram. Relações trabalhistas foram alteradas. Em janeiro de 1992, o peso substituiu o austral. Um ano depois da posse de Cavallo, a inflação anual caiu dos 267% para 36,7%, e a arrecadação aumentou 176%.
Cavallo sempre foi um potencial candidato a presidente. Seu projeto foi adiado pela candidatura de Menem à reeleição. Reeleito em maio de 95, Menem disse que manteria o rumo da política econômica e Cavallo no cargo.
Em outubro de 95, Cavallo enfrentou a maior crise do plano de estabilização. As estimativas oficiais apontavam desemprego de 18% e queda de 30% nas vendas do setor automobilístico.
A derrota do governo na primeira eleição direta para a Prefeitura de Buenos Aires, há um mês, marcou o início de um período de turbulências entre Menem e Cavallo. Partidários do presidente pediram então a renúncia do ministro.
Formado em Harvard, Cavallo esteve à frente da Fundação Mediterrânea, instituto de economia com notável corpo de pesquisadores, em Córdoba, um dos pontos mais industrializados do país. O ex-ministro foi deputado federal (87-91), consultor do Banco Mundial, em 1988, e presidente do Banco Central da Argentina por 55 dias, em 1982.

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