São Paulo, sábado, 27 de julho de 1996 |
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Cavallo: pouco muda
ÁLVARO ANTÔNIO ZINI JÚNIOR
A indicação rápida de Roque Fernández para ocupar o posto de Cavallo indica que não há nenhuma intenção em alterar a política econômica do país vizinho em seus aspectos básicos. A âncora cambial, a paridade fixa de um peso valendo um dólar, a dolarização da economia e a existência de depósitos em dólares na Argentina, nada disso deve mudar. Daqui um ou dois meses, é provável que se altere o modo de enfocar o desemprego. A alta taxa de desemprego tornou-se o principal problema político do governo Menen. Um problema tão grande que causou o fracasso eleitoral do partido peronista nas eleições recentes para prefeitos e vereadores. Cavallo, que nutre ambições políticas próprias, estava incomodando aos justicialistas e ao presidente. As razões para o seu afastamento são principalmente políticas. As alternativas para o governo portenho estimular o emprego, mantendo a âncora cambial rígida, são limitadas, mas existem. Por exemplo, é possível adotar novos incentivos fiscais para setores ou para atividades que geram muitos empregos, como para as micro e médias empresas, a construção civil e o comércio. A limitação das oportunidades de empregos para os cidadãos de outros países vizinhos, que hoje moram e trabalham na Argentina é outra possibilidade. Importante é frisar que, com Domingo Cavallo, a Argentina reencontrou-se com a estabilidade dos preços e o crescimento, fatos inestimáveis. A saída do ex-ministro era esperada, embora não se soubesse quando. Por enquanto, nada de substantivo deve mudar. Texto Anterior: Para FHC, saída 'não abala' a economia Próximo Texto: Novo ministro reorganizou sistema bancário argentino Índice |
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