São Paulo, sábado, 27 de julho de 1996
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Novo ministro reorganizou sistema bancário argentino

DANIEL BRAMATTI
DE BUENOS AIRES

O novo ministro da Economia da Argentina, Roque Fernández, tem experiência de ação em situações emergenciais. Como presidente do Banco Central, ele enfrentou a pior crise bancária da história da Argentina, em 95.
O país foi o que mais sofreu com o chamado "efeito-tequila"- como ficou conhecida a influência da brusca desvalorização do peso mexicano, em 94.
Com a paridade entre o dólar e o peso ameaçada, os argentinos correram aos bancos e realizaram saques massivos.
Fernández reorganizou todo o sistema bancário, ao estimular a compra de pequenos bancos pelos grandes. De janeiro a outubro de 1995, o número de bancos caiu de 169 para 132.
Com a credibilidade reconquistada, os bancos já até superaram os níveis de depósitos que tinham antes da crise.
O próprio presidente Carlos Menem citou a atuação de Fernández no BC como sua principal credencial.
Em maio passado, Fernández enfrentou uma nova crise -desta vez com a Justiça. A juíza Maria Servini de Cubría ameaçou processá-lo por supostas irregularidades na liquidação do Banco Basel. Até agora, a ameaça não foi cumprida.
O novo ministro tem uma sólida formação acadêmica. É PhD em Economia pela Universidade de Chicago e deu aulas em universidades norte-americanas, chilenas e argentinas.
Autor de cinco livros, Fernández também trabalhou na Divisão de Estudos Financeiros do FMI (Fundo Monetário Internacional), entre 1977 e 1978.
(DB)

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