São Paulo, sábado, 27 de julho de 1996
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Escândalos derrubaram este mês ministros da Justiça e da Defesa

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Domingo Cavallo foi o terceiro ministro do gabinete argentino a deixar o governo em menos de três semanas.
Os ex-ministros Oscar Camilión (Defesa) e Rodolfo Barra (Justiça) caíram por causa de escândalos que abalaram a imagem da administração de Carlos Menem.
Barra renunciou no último dia 10, depois que a revista "Notícias" descobriu que ele militou em uma organização de tendências nazistas durante a juventude.
A revista, a principal do país, publicou uma foto de Barra fazendo a saudação nazista. Houve reações imediatas da comunidade judaica da Argentina.
O jornal "Página 12" também publicou denúncia de que Barra teria participado de um ataque a uma sinagoga nos anos 60.
Seis dias após a renúncia de Barra, Camilión deixou o governo, por causa do escândalo da venda irregular de armas ao Equador.
Ele renunciou depois que o juiz federal responsável pelo caso pediu ao Congresso que ele fosse retirado da função para que pudesse ser interrogado.
As armas argentinas foram enviadas ao Equador em 1995, durante a guerra com o Peru pela posse da cordilheira do Condor, na fronteira entre os países.
O arsenal foi despachado para a Venezuela, mas desviado ao Equador. Testemunhas disseram ao juiz que Camilión tinha conhecimento do desvio do armamento.
A Argentina, junto com Brasil, Estados Unidos e Chile, era um dos países que negociavam uma solução pacífica para a guerra entre Peru e Equador.
Em nenhum momento Menem admitiu que as saídas de Barra e Camilión tenham tido relação com com os escândalos.
Na última quinta-feira, os dois ex-ministros foram condecorados pelo presidente, que agradeceu suas participações no governo.

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