São Paulo, sábado, 27 de julho de 1996
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FMI se recusa a comentar saída

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os organismos internacionais de crédito com sede em Washington (Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento) não quiseram comentar a saída do ministro Domingo Cavallo.
Eles reconheceram, no entanto, em unanimidade, o trabalho realizado pelo ministro em favor da transformação econômica do país.
Analistas internacionais afirmaram que a nomeação de Roque Fernández é um sinal claro de que o presidente Carlos Menem pretende continuar com a mesma política cambial.
Para eles, Fernández, além de refletir continuidade, ajudaria o mercado a se estabilizar.
Os analistas dizem que a demissão de Cavallo não afetará a atual política de taxas de câmbio, que atrela o peso argentino ao dólar.
Tom Trebat, economista do Citibank, afirmou que "não espera mudanças drásticas no câmbio com Fernández no comando do Ministério da Economia".
Reservas externas
O banco central argentino tem reservas externas para bloquear qualquer ataque especulativo em relação ao peso, afirmam os especialistas.
Segundo eles, o mercado precisará ainda de algum tempo para incorporar a substituição do ministro.
Para os analistas, o impacto da demissão de Cavallo seria maior, se isso tivesse ocorrido há dois anos, antes da consolidação do Mercosul (Mercado Comum do Sul), do qual fazem parte Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina.
Um analista afirmou que os mercados se tranquilizaram com a notícia de que o ex-presidente do Banco central assumiria o comando da economia argentina.
Essa tranquilidade deve manter estável o valor dos títulos argentinos nas próximas semanas.
Chip Brown, do banco de investimentos Morgan Stanley, por sua vez, espera um período de volatilidade enquanto o mercado se adapta à orientação de Fernández. Isso, avalia, poderia elevar os juros.

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