São Paulo, sábado, 27 de julho de 1996 |
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Sequestrado avião com 231 a bordo
PATRICIA DECIA
Saado Ibrahim exigiu que o vôo 6621, que partiu de Madri (Espanha) em direção a Havana (Cuba), fosse desviado para o Aeroporto Internacional de Miami (EUA), sob ameaça de explodir o avião. Segundo o porta-voz do FBI em Miami, Paul Phillip, o sequestrador teria simulado uma bomba caseira construída com materiais que não são detectados pela segurança dos aeroportos. Nenhuma arma foi encontrada a bordo. Ibrahim, 28, teria usado um gravador comum embrulhado em folha de alumínio. Do embrulho partiam alguns cabos. Ele teria dito ao piloto que, caso juntasse os cabos, o avião explodiria. O DC-10 chegou a Miami às 14h59 de ontem. Antes da aterrissagem, Ibrahim já teria feito contatos com a torre de comando afirmando que pretendia se render com o mínimo de conflito. Cerca de 30 minutos após a chegada do avião, os passageiros e tripulação começaram a desembarcar. Eles foram transportados para o aeroporto em três ônibus. Até as 18h30 de ontem, aguardavam um novo avião da Iberia para chegar a Havana, capital de Cuba. Segundo a companhia aérea, estavam a bordo espanhóis, cubanos, cerca de 20 italianos, alguns franceses e suíços e um passageiro vindo de Andorra. Ibrahim foi preso em seguida pelo FBI (polícia federal americana). Até as 18h30 de ontem, ele estava detido prestando depoimento e ainda não se sabia o que levou o libanês a sequestrar o DC-10. O sequestrador será acusado por pirataria. O libanês teria deixado Beirute (Líbano) na quinta-feira, passado por Zurique e então chegado a Madri. Phillip fez elogios ao piloto do DC-10. "Ele fez exatamente o que deveria ter feito. É impossível detectar se alguém está mentindo e, em caso de dúvida, não se pode colocar em risco a vida dos passageiros", afirmou em entrevista. O sequestro não alterou o funcionamento do aeroporto de Miami, que operou normalmente durante a tarde de ontem. Cubanos Antes do término do sequestro, as redes de TV norte-americanas CNN e MSNBC divulgaram a notícia de que o sequestrador seria um homem cubano que tinha como objetivo pedir asilo nos EUA. Foi cogitada ainda a hipótese de que o sequestro seria um ato em protesto contra Cuba, que comemorava a tomada do quartel de Moncada, data importante na revolução liderada por Fidel Castro. No aeroporto de Miami, dezenas de cubanos residentes nos EUA aguardavam o desfecho do sequestro. Um deles chegou a dizer em entrevista à MSNBC que esperava que sua tia, que estaria no avião, aproveitaria o sequestro para também pedir asilo político. Próximo Texto: Achadas no mar duas turbinas do Boeing da TWA Índice |
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