São Paulo, sábado, 27 de julho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Achadas no mar duas turbinas do Boeing da TWA

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Duas das quatro turbinas do Boeing da TWA que explodiu no dia 17 foram encontradas ontem.
Segundo os investigadores, elas não mostram, à primeira vista, evidências que ajudem a esclarecer a causa da explosão.
As turbinas serão examinadas por meio de câmeras e, se for necessário, trazidas do fundo do mar. Cada uma pesa 4 toneladas.
O segundo dia de análises do conteúdo das caixas-pretas do vôo TWA 800 não trouxe conclusões sobre o motivo da tragédia.
O som que encerra a gravação do que ocorria na cabine de comando foi descrito como "um barulho alto, abrupto e desconhecido". Até esse barulho ser registrado, nenhuma anomalia havia aparecido nem no gravador de áudio nem no de dados técnicos do vôo.
O barulho que encerra a gravação está sendo comparado ao de outros vôos, inclusive o do Pan Am 103, explodido por uma bomba sobre a Escócia em 1988.
O líder da equipe da CIA (agência central de inteligência dos EUA) que investigou aquele caso, Vincent Cannistrato, hoje aposentado, disse que as descrições que tem ouvido da fita parecem com o que ele encontrou há oito anos.
Mas nenhuma das autoridades responsáveis pela investigação descartaram a possibilidade de a explosão ter sido provocada por defeito mecânico.
O jornal "The Seattle Times" divulgou ontem que um Boeing 747-100, semelhante ao da TWA, explodiu no ar em 9 de maio de 1976 nas proximidades de Madri, Espanha, e que a causa foi vazamento de combustível seguido de explosão de uma turbina.
Segundo o jornal, o acidente não teve grande repercussão porque o avião tinha sido comprado pela Força Aérea do Irã para transportar carga, e o número de mortos (quatro funcionários da Boeing e 14 militares iranianos) não chamou a atenção do público.
Mas a Boeing, ouvida pela Folha, disse que a causa do desastre nunca foi determinada, e que o mais provável é o Jumbo ter sido atingido por um raio. Embora as novas medidas de segurança anunciadas anteontem pelo presidente Bill Clinton ainda não estejam em vigor, a maioria dos aeroportos dos EUA passaram a adotar padrões mais rigorosos de exame de bagagens e passageiros.
No aeroporto de O'Hare, em Chicago, um cidadão brasileiro foi retirado de um vôo da United Airlines, detido e acusado de conduta desordeira, depois de ter feito uma brincadeira com uma aeromoça.
A aeromoça havia perguntado a Jamil Abdo, 33, sobre uma de suas malas de mão, e ele respondeu: "Aquela que parece estar com uma bomba?" Quando a aeromoça o repreendeu por brincar com o assunto, Abdo, segundo a "Associated Press", respondeu agressivamente e foi expulso do vôo.
A Folha tentou ouvir o consulado do Brasil em Washington, mas não teve resposta. Um policial no aeroporto de O'Hare disse desconhecer o incidente, que teria atrasado o vôo em duas horas.

Texto Anterior: Sequestrado avião com 231 a bordo
Próximo Texto: Gene estimula mãe a alimentar o filho
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.