São Paulo, sábado, 27 de julho de 1996
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Estudante brasileiro é preso na Argentina

Rodrigo, 20, pichava muro com slogan esquerdista

DA REDAÇÃO; COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Redação
Um estudante brasileiro ligado a grupos de esquerda foi preso em La Plata (Argentina) quando pichava o muro do Ministério da Economia da Província de Buenos Aires (equivalente a uma secretaria de Estado).
Rodrigo Menitto de Melo Aranha, 20, estuda jornalismo na Universidad de La Plata e mora no centro da cidade. Sua família vive na cidade de São Paulo.
A polícia da Província de Buenos Aires (cuja capital é La Plata) disse que Aranha foi solto ainda ontem, horas depois de ter sido detido.
O estudante brasileiro terá de se apresentar brevemente a um juizado da cidade. Ele foi formalmente acusado do crime de dano.
Com tinta aerossol, ele pichava palavras de apoio às organizações de esquerda argentinas Quebracho e ao Movimento Todos pela Pátria (trotskista).
O Quebracho ficou conhecido publicamente no final de 1993 e contesta, às vezes em manifestações violentas, a política econômica do presidente Carlos Menem.
Em dezembro de 1993, o Quebracho, entrou em choque com policiais durante uma passeata de sindicalistas.
A organização é considerada "herdeira" dos movimentos de esquerda que nos anos 70 combatiam o regime militar argentino.
O Quebracho teria ligações também com o Movimento dos Sem-Terra no Brasil e com grupos de trabalhadores rurais da Bolívia.
Segundo o jornal argentino "El Expreso", o grupo teria chegado a promover e auxiliar invasões ilegais de terras na Bolívia.
Mãe
A dona-de-casa Marli Menitto Magalhães, 42, foi avisada da prisão do filho pela Folha. Ela disse ignorar as atividades políticas de Aranha.
"Ele havia me dito que fazia um trabalho comunitário com os sem-teto argentinos. Ele auxiliava os mutirões de construção de casas populares", disse Magalhães.
Segundo sua mãe, Aranha mora na Argentina desde 1990, quando seu padrasto, que trabalha numa empresa multinacional, foi transferido para o país.
Quando a família voltou ao Brasil, Aranha resolveu permanecer na Argentina para terminar seu curso de jornalismo -ele está no segundo ano do curso.
"Falei com Rodrigo há uma semana. Ele disse que passaria as duas semanas de férias lá mesmo, na Argentina, pois iria mudar de casa", disse Magalhães.
Marli Magalhães disse que tem excelente relacionamento com seu filho, segundo ela um estudante muito interessado, que tem ótimo aproveitamento escolar.

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