São Paulo, sábado, 27 de julho de 1996
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Carro-bomba no centro de Lima deixa um morto e sete feridos

Governo atribuiu explosão ao Sendero Luminoso

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Uma pessoa morreu e pelo menos sete ficaram feridas com a explosão durante a madrugada de um carro-bomba no centro histórico de Lima, a capital do Peru. O atentado foi atribuído ao grupo maoísta Sendero Luminoso.
A explosão aconteceu às 2h30 de ontem (4h30 em Brasília), em frente a uma delegacia de polícia, a quatro quarteirões do palácio presidencial e dois do Congresso.
A polícia estima que havia 30 kg de explosivos dentro do carro, que havia sido furtado horas antes.
Carros, casas e um convento da época colonial, em um raio de 200 metros, sofreram danos.
O ataque aconteceu exatamente um ano depois de um ultimato fixado pelo presidente Alberto Fujimori para a erradicação das guerrilhas Sendero Luminoso e Tupac Amaru. Acontece também às vésperas da festa do dia da independência, nacional, amanhã.
A última explosão de uma bomba do Sendero aconteceu em março, em frente a uma instalação da empresa de petróleo Shell.
A identidade da vítima era controversa até a noite de ontem. Segundo a agência "Reuter", o morto é Júlio Reyes, 44, que passava pelo local no momento da explosão e foi atingido no abdome. Quatro dos feridos são policiais.
Caso seja confirmada a autoria, o atentado de ontem pode significar um novo período de atividade do Sendero Luminoso. Segundo Carlos Tapia, estudioso peruano da guerrilha, o Sendero está passando por uma fase de recuperação.
Segundo ele, o grupo tem hoje o mesmo nível de organização que tinha quando seu líder, Abimael Guzmán, foi preso, em 1992.
O Sendero foi fundado por Guzmán, um professor de filosofia, em 1970, e desde então faz ações para desestabilizar o governo -para tentar eventualmente assumi-lo.
O grupo passou a seguir as idéias do líder chinês Mao Tse-tung em 1976, mas se opõe ao governo de Deng Xiaoping e já tentou explodir a embaixada chinesa em Lima. Desde 1980, o conflito fez 30 mil mortes (leia texto abaixo).

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