São Paulo, sábado, 27 de julho de 1996
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Nome aos bois; Esclarecimentos; Divisor de águas; Justiça do Trabalho; Números errados; Obras garantidas; Pouco caso

Nome aos bois
"Com relação à reportagem 'Saúde perde R$ 2 bi com fraudes no SUS', (24/7), o Sindicato dos Hospitais e Santas Casas do Estado de São Paulo (Sindhosp) lamenta que a gravidade da denúncia não tenha sido comprovada com a citação nominal dos hospitais fraudadores, já que o texto afirma que 'é prática comum em parte dos 6.200 hospitais conveniados ao SUS cobrar duas vezes por uma consulta quando o paciente tem algum tipo de plano de saúde privado'. A Folha apurou essa irregularidade em que hospitais?
O Sindhosp repudia veementemente a prática do denuncismo inconsequente, aquele que estampa manchetes com cifras elevadas que teriam sido produto de fraude, mas nunca cita o fraudador.
Esperamos que a Folha venha a público dizer quem são os fraudadores para que estes possam ser punidos, garantindo-se, assim, mais recursos para o atendimento da população mais necessitada e preservando a imagem das instituições privadas que trabalham honestamente neste país."
Dante Montagnana, presidente do Sindhosp -Sindicato dos Hospitais e Santas Casas do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Resposta dos jornalistas Fernando Rodrigues e Paulo Silva Pinto - O Ministério da Saúde sabe quais são os hospitais fraudadores. Cabe ao órgão tomar as providências.

Esclarecimentos
"Com relação à reportagem publicada neste jornal na edição do dia 24 de julho de 1996, a BDF Nivea Ltda., responsável pelos produtos Nivea Baby Shampoo Suave, Nivea Baby Shampoo com Proteínas de Seda, Nivea Shampoo Suave, Nivea Shampoo Suave com Proteínas de Seda, Nivea Shampoo Suave com Aloe Vera, relacionados na reportagem como apresentando irregularidades no rótulo, tem a informar o seguinte:
- As mencionadas irregularidades nos rótulos dizem respeito única e exclusivamente à ausência da frase 'Mantenha fora do alcance das crianças', que passou a ser exigida pelo Ministério da Saúde recentemente.
- Mesmo anteriormente à legislação, os produtos Nivea Baby Shampoo Suave e Nivea Baby Shampoo com Proteínas de Seda já apresentavam a advertência 'Uso externo. Impedir a ingestão pelo bebê. Evite contato direto com os olhos'.
- Todos os produtos BDF Nivea, inclusive os xampus citados, já tiveram seus rótulos alterados, incluindo a advertência 'Mantenha fora do alcance das crianças'.
- Em virtude de nossos produtos serem distribuídos nacionalmente, é possível que ainda existam pontos de venda comercializando produtos Nivea de lotes anteriores à alteração nos rótulos.
- Os produtos mencionados na reportagem, bem como todos os demais fabricados pela BDF Nivea, foram aprovados para consumo pelo Ministério da Saúde e não oferecem nenhum tipo de risco à saúde."
Laury A. Bueno, diretor de marketing da BDF Nivea Ltda. (São Paulo, SP)

Divisor de águas
"Fernando de Barros e Silva engana-se quando diz que a 'TV Mulher' e o 'Malu Mulher', da Regina Duarte, tiveram a 'duração de uma gripe' (TV Folha, 21/7). Seis anos e meio na Globo e dois na Manchete diariamente são bem mais do que uma gripe.
Sem pretensão, creio que esses programas foram um 'antes e depois' para inúmeras mulheres brasileiras. O programa da Silvia Poppovic não 'recicla escombros do feminismo', mas continua, de forma atualizada com o momento que vivemos, a discussão sobre temas proibidos e a romper a barreira entre o público e o privado.
Esse programa, por mais trivial que possa parecer ao jornalista, tem aberto a cabeça de muita gente e contribuído para que pessoas que não têm acesso à informação possam conhecer posições sobre os mais diferentes assuntos."
Marta Suplicy, deputada federal pelo PT-SP (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Fernando de Barros e Silva - A barreira entre o público e o privado no Brasil sempre esteve rompida. Trata-se justamente de estabelecê-la, conforme o bom princípio republicano. Quanto ao resto, não escrevi com o intuito de ofender os que não têm acesso à informação, mas sim visando os formadores de opinião que, como a deputada, acreditam que o programa em questão atua a favor do esclarecimento.

Justiça do Trabalho
"Com relação à carta do leitor Henrique José da Silva Júnior ('Painel do Leitor', 25/7), o Tribunal Superior do Trabalho esclarece que o despacho sobre a decisão do TRT de São Paulo no dissídio coletivo dos trabalhadores da construção civil não anulou a sentença regional.
Trata-se de um efeito suspensivo, instrumento que tem caráter provisório, até que o Tribunal aprecie o mérito do recurso contra a decisão do TRT.
Assim sendo, o TST não 'rebaixou o índice para 4,44%'. O reajuste de 16% fica suspenso até o julgamento do mérito, prevalecendo, até lá, o índice previsto na legislação vigente.
Quanto ao café da manhã, a jurisprudência do TST considera que a condição deve ser ajustada contratualmente ou por negociação coletiva extrajudicial, enquanto a contribuição assistencial, por ser matéria de interesse exclusivo dos sindicatos, não deve ser imposta por sentença normativa."
Carmem L.T. Feijó de Medeiros, da assessoria de comunicação social do TST -Tribunal Superior do Trabalho (Brasília, DF)

Números errados
"Na pág. 1-2 da edição de 16/7 achei o editorial 'França sem revolução'. Ali consta que o presidente francês quer 'reduzir a jornada de 39 para 33 horas/semana (pouco mais de 6%), com corte de salário de 5%'.
Recomendo contratar um matemático ou pelo menos um contador para reduzir substancialmente a alta quantidade de erros com números neste jornal."
Karl Heinz Llg (Campinas, SP)
Nota da Redação - Leia seção "Erramos" abaixo.

Obras garantidas
"Lendo a reportagem 'Obras elevam popularidade de prefeitos' (15/7), nós podemos concluir que o mandato de prefeito no Brasil deveria ser de um ano, com possibilidade de reeleição.
Aí, sim, teríamos obras todos os anos. O ano inteiro."
Wagner Alves da Silva (Ouro Preto, MG)

Pouco caso
"Estou cansado de ver o pouco caso do governo federal para com as causas sociais como saúde, educação, segurança e a verba pública, para a qual nós todos contribuímos, ir para as mãos e bolsos de banqueiros e associados, que por sinal foram os maiores colaboradores financeiros da campanha presidencial de FHC.
O caso mais recente é o do Bamerindus.
Será que é essa a política social tão divulgada na campanha? Eu também quero ser banqueiro. Chega de demagogia sr. presidente."
Fábio Lucio Soares (Vilhena, RO)

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