São Paulo, domingo, 28 de julho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Medicina leva o homem além dos 100 anos

DA REDAÇÃO

Prevenção e informação associadas a um coquetel de novas drogas devem empurrar a expectativa humana de vida para perto dos cem anos em menos de duas décadas. Os japoneses, campeões de longevidade, já chegaram aos 80. No Brasil, morria-se em média com 33,7 anos no início deste século. Hoje, morre-se com 66,5, e a estimativa é que em 20 anos o país terá a sexta maior população de idosos do mundo.
Alguns cientistas, como o americano Robert Bradbury, acham que, nos próximos 25 anos, a ciência será capaz de eliminar o limite máximo da vida humana, atualmente fixado por consenso em torno dos 120 anos.
Segundo os especialistas, as esperanças estão mais na saúde coletiva e na qualidade de vida do que nos laboratórios. "É melhor comer bem do que tomar vitaminas, melhor fazer atividade física do que tomar calmantes", diz Wilson Jacob Filho, 43, geriatra da Faculdade de Medicina da USP.
Norton Sayeg, 46, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria, diz que a preocupação é envelhecer vivendo bem. Serviços públicos que possam detectar "doenças silenciosas", como a hipertensão e o diabetes, farão grande diferença nessa qualidade de vida. "A falta de informação e de prevenção vão custar caro ao país", diz.
A longevidade já preocupa a Previdência brasileira. Cresce o número de aposentados sem que aumente proporcionalmente o de contribuintes.
Só recentemente o país começou a aprender a lidar com a velhice. Este ano, uma lei tornou obrigatório o ensino da geriatria nas faculdades de medicina. Na Sociedade Médica Brasileira, dos 59.561 médicos especialistas, apenas 228 são geriatras.

LEIA MAIS sobre os idosos nas páginas 10

Texto Anterior: Angra consegue aumentar mata
Próximo Texto: Esperança de vida dobrou
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.