São Paulo, segunda-feira, 29 de julho de 1996 |
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Companhia desagradável No começo do mês, a candidata do PT em São Paulo, Luiza Erundina, participava de uma carreata depois de alguns anos distante da caça ao voto. Em cima de uma camionete, a petista acenava para os transeuntes em um bairro da periferia. De repente, um senhor começou a correr atrás do carro com a mão estendida. - Erundina! Erundina! Pega isso aqui - gritava o homem. A candidata, ressabiada, se aproximou da beirada da caçamba e estendeu a mão para o desconhecido, que gritava: - Erundina! Guarda isso. Leva isso sempre com você! Fica com isso que ganha a eleição! Ela conseguiu pegar o que o homem queria lhe dar. Era um papel. Abriu. Era uma oração. Sorrindo, Erundina já estava agradecendo o presente quando seu sorriso amarelou com o último grito do desconhecido: - Erundina, guarda isso. Eu dei um desses para o Jânio Quadros e ele ganhou a eleição! Texto Anterior: DDD 061; Leite derramado; Solidariedade mineira 1; Solidariedade mineira 2; Volta às origens; Tempos de eleição 1; Tempos de eleição 2; Mea culpa capenga; Mão na massa; Melhor evitar...; ...do que remediar; Precisão cirúrgica; Ambição; Beatitude; Mais reformas; Fritura internacional; Elemento surpresa Próximo Texto: Crise na Saúde pede solução caseira, diz diretor da OMS Índice |
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