São Paulo, segunda-feira, 29 de julho de 1996 |
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Surpresa: Metallica domina Lollapalooza
MARCEL PLASSE
Perry Farrell, ex-Jane's Addiction e atual líder do Porno for Pyros, que concebeu o festival, abandonou o barco assim que a escalação das bandas foi confirmada. Mas a polêmica dobradinha Metallica e Soundgarden como atração principal não impediu um show lotado. Oito horas antes da consagração do Metallica, no South Florida Fairgrounds, em West Palm Beach, as primeiras bandas mal conseguiam animar o público, que preferia ficar quieto sob os 35°C do sol do sul da Flórida. No show do Rancid ninguém parou quieto. O ska-punk rock independente do Rancid não poupou suor para transformar o South Florida Fairgrounds numa competição olímpica de saltos ornamentais entre os fãs literalmente fervidos. "Quantos de vocês já nos viram antes", perguntou o vocalista Tim Armstrong. Poucos se manifestaram. James Hetfield, do Metallica, faria a mesma pergunta mais tarde. Poucos ficariam em silêncio. Se Rancid arrancou a primeira reação da platéia, especialmente com o hit "Ruby Soho", os Ramones dispersaram a tensão no ar. Coube a Rage Against the Machine elevar a temperatura. O "fuck you", de "Killing in the Name", foi a letra gritada mais alto em todo o dia. O público, a essa altura, totalmente chapado de skunk (maconha de outro mundo). Soundgarden fez um show no pique da fumaça. O balé de "frisbes", improvisados com embalagens de pizzas, numa iniciativa da platéia, foi o momento mais psicodélico do dia. E, quando o vocalista Chris Cornell tocou "Black Hole Sun", o sol se pôs feito efeito especial. Um momento para ficar na história do festival. Metallica foi claramente a banda favorita do público. Teve o melhor som, o mais pesado e o mais alto de todo o Lollapalooza. Lançou mão de fogos e luzes (durante "One"), que enlouqueceram o público. A banda subiu ao palco às 21h. Só saiu três horas depois. E o público de 28 mil pessoas ainda queria bis. Metallica bateu em todos os que consideravam sua presença no Lollapalooza uma blasfêmia. Daqui pra frente, é só rock'n'roll. O jornalista Marcel Plasse viajou a convite da gravadora Polygram Texto Anterior: Básico para todos Próximo Texto: Maconha na cara da polícia Índice |
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