São Paulo, segunda-feira, 29 de julho de 1996 |
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Maconha na cara da polícia
MARCEL PLASSE
Enquanto cada integrante do Metallica dispunha de uma limusine particular para levá-los ao show, o pessoal do Soul Coughing se apertava numa "van". E não vacilava em dar autógrafos, entregar baquetas e palhetas. Um circo com mulheres barbadas e hermafroditas também dividia a atenção, ao lado de tendas rastafaris cheias de produtos para consumidores de maconha. Os menores de idade, proibidos de comprar cerveja, podiam se chapar com a maconha da Flórida. Nem cinco Hollywood Rock juntos consumiriam tanta droga num único dia. "Não preciso de identidade para comprar maconha", conta John Kane, de 15 anos. Três tribos se destacavam. Os fãs do Metallica -maioria esmagadora-, que andavam sem camisa, mostrando os músculos e as tatuagens. De cabelos curtos ou compridos, a musculação mostrou-se a forma mais fácil de identificar um metaleiro nos EUA. Magrelos e muito mais jovens -média de 15 anos -, os fãs do Rancid insistiam em usar botas e bermudas compridas nos 35°C da Flórida. Pareciam normais, apesar de tudo. A minoria, formada por skatistas, fãs do Rage Against the Machine, usava roupas folgadas e flertavam com as punks de cabelos cor-de-rosa, que tinham as camisetas coladas no corpo depois de suar com o Rancid. A polícia, duas vezes o tamanho de um metaleiro, preferia o Metallica. Ver um policial-armário marcando o ritmo de "Whiplash", do Metallica, com um cassetete na mão é algo para se ter pesadelos pelo resto da vida. (MP) Texto Anterior: Surpresa: Metallica domina Lollapalooza Próximo Texto: Keith Richards ganha medalha de pó Índice |
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