São Paulo, segunda-feira, 29 de julho de 1996
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Brasileira presa pode sair hoje, diz Israel

Lamia já recebeu perdão

IGOR GIELOW
ENVIADO ESPECIAL A ISRAEL

A brasileira Lamia Maruf Hassan pode ser libertada hoje, disse à Folha o Departamento de Segurança Pública de Israel.
Lamia está presa desde 1984 por causa do envolvimento na morte de um soldado israelense.
Ela é a única brasileira considerada presa política no mundo, porque participou de um crime ideológico -de origem palestina, Lamia lutava contra a ocupação de Israel na Cisjordânia.
Lamia é uma das cinco prisioneiras palestinas que Israel mantinha até a semana passada. Na quinta-feira, o governo soltou duas sob custódia da Corte Civil.
Uma ficou na cadeia em solidariedade às três outras presas sob jurisdição da Corte Militar de Exceção -entre elas Lamia, por ter atuado em área militar.
A Associação das Vítimas do Terrorismo Árabe havia entrado com recurso contra a libertação das duas palestinas sob jurisdição civil. Perdeu na Suprema Corte.
Isso abriu o caminho para a libertação das demais. O perdão já foi dado pelo primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu.
Enterro
O clima, porém, não é favorável. Ontem, foi enterrado o judeu Uri Munk, 53, vítima de um ataque em Beit Shemesh (Israel).
Na noite de quinta-feira, Munk e sua nora, Rachel, 24, foram mortos dentro de um carro numa emboscada aparentemente de palestinos. A terceira pessoa que estava no carro morreu ontem, por causa dos ferimentos graves.
O comandante militar de Israel na Cisjordânia, Gabriel Ofir, marcou um encontro para ontem com representantes da polícia palestina. Na reunião, deveriam ser discutidas medidas de segurança.
O premiê Binyamin Netanyahu quer que a Autoridade Nacional Palestina endureça a repressão contra os radicais islâmicos.
O último incidente na região aconteceu ontem, na cidade de Ramallah (Cisjordânia), quando policiais palestinos atiraram contra um jipe da polícia fronteiriça de Israel, sem deixar feridos.
Um porta-voz palestino disse que os policiais "erraram", mas que só "dispararam para o ar".
Ontem, o fechamento da faixa de Gaza foi levantado, com a permissão para a entrada de 15 mil trabalhadores palestinos em Israel. Na Cisjordânia, o bloqueio, continua.
Greve de fome
Yigal Amir, condenado à prisão perpétua pelo assassinato do premiê Yitzhak Rabin, começou uma greve de fome para protestar contra as condições de sua prisão em Bir Sheva, no sul de Israel.
Ele não come nada desde a quarta-feira. Amir quer ser transferido para uma prisão em Tel Aviv.
Na noite de sábado, cerca de 150 mil judeus ultra-ortodoxos ocuparam a rua Bar-Ilan, na parte nova de Jerusalém. Eles reivindicavam o fechamento da rua entre as 18h da sexta e as 18h do sábado, horas da observação religiosa do sabá.

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