São Paulo, terça-feira, 30 de julho de 1996 |
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Homem morto falando Homem morto falando MARIA ERCILIA
Dean Carter, o autor, escreve de forma meio tosca e simples (http://monkey.hooked.net/monkey/m/hut/deadman)/deadman.html). Existe um espaço reservado para cartas, muitas delas bem amigáveis e solidárias. Dean Carter matou cinco mulheres e estuprou duas. A história fez um certo barulho e entrou para o -enorme- repertório de bizarrices da Web. Recentemente, o pai de uma das mulheres assassinadas por Dean Carter, George Cullins, resolveu reagir. Colocou sua própria página no ar, "cidadão pela lei e pela ordem falando" (http://www.deltanet.com/users/ghc/). A página traz dados sobre crime, pena de morte e grupos de vítimas de assassinato e discute o direito de Carter de ser ouvido como um homem livre. Voyeurismo As duas páginas sublinham um aspecto pouco discutido na Internet: o voyeurismo. Por que alguém iria querer ler colunas detalhadas de um prisioneiro, não particularmente bem escritas, senão por curiosidade mórbida? Como esta, centenas de milhares de páginas na Web são um puro exercício de exibicionismo/voyeurismo, que talvez surja simplesmente porque é possível e fácil. Carter não teria um programa de rádio ou um espaço na TV. Mas na Web você pode digitar o endereço e lá vem ele. Emoções de tablóide, servidas com gosto pelos próprios personagens dos dramas. Campanha Esta coluna noticiou há alguns meses os endereços falsos de sites dos candidatos presidenciais norte-americanos. Não havia menção em lugar algum ao fato de os endereços serem falsos. A única pista que o leitor tinha eram os absurdos perpetrados pelos autores -dois estudantes- em nome dos candidatos. Tipo: a página de Buchanan é enfeitadinha de suásticas... Pois a brincadeira ficou séria. Brooks Talley e Mark Pasce, os dois estudantes, saíram em tudo quanto foi jornal. Receberam milhares de visitantes. Os sites recebem cerca de 50 mensagens por dia e, segundo Talley e Pace, muitas pessoas não entendem a piada e escrevem como se fosse para Clinton ou Buchanan. Os endereços: www.dole96.org, www.clinton96.org e www.buchanan96.org. E-mail: netvox@uol.com.br Texto Anterior: Pedrosa trata da não correspondência Próximo Texto: 33 perguntas sobre a crise da arte no Brasil Índice |
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