São Paulo, terça-feira, 30 de julho de 1996
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Israel quer assentar mais colonos judeus

Anúncio deve ser em 2 semanas

IGOR GIELOW
ENVIADO ESPECIAL A TEL AVIV

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, vai reabrir o programa de assentamento de colonos judeus no país.
Segundo a Rádio Israel, um plano para estabelecer novas colônias será anunciado em duas semanas. O escritório do premiê não confirmou nem negou o prazo.
A ação é uma das mais polêmicas promessas de campanha de "Bibi", como o premiê é conhecido, e da plataforma eleitoral de seu partido Likud (direita).
Em entrevista à rede de TV CNN, o presidente egípcio demonstrou preocupação frente à ação.
Para Hosni Mubarak, que está nos EUA, novos assentamentos podem minar o processo de paz no Oriente Médio. "Não importa como, o que interessa é que o processo siga em frente", disse.
O assentamento de colonos judeus nos territórios ocupados por Israel após a Guerra dos Seis Dias, ocorrida em 1967 contra vizinhos árabes, é um dos pontos nevrálgicos da paz na região.
O governo trabalhista que antecedeu o de Netanyahu havia congelado os assentamentos e prometido retirar antigos de pontos que, com acordos de paz, passaram a controle palestino.
Ontem, o governo israelense abriu, após três dias, as fronteiras entre a Cisjordânia ocupada e o resto do país.
Elas haviam sido fechadas na sexta-feira passada após o assassinato de três colonos judeus em uma emboscada. As Forças de Defesa de Israel crêem que os assassinos sejam palestinos.
O fechamento das fronteiras levou 25 mil palestinos com vistos especiais para trabalhar em Israel a ficar em casa. O prejuízo das empresas em que eles trabalham não foi estimado.
Com a abertura, fica mais favorável o clima para a libertação da brasileira Lamia Maruf, presa devido ao envolvimento no sequestro e morte de um soldado israelense em 1984 (leia ao lado).
Terror
O premiê Netanyahu disse ontem que "oferecia toda a ajuda e conhecimento de Israel" para os EUA combaterem o terrorismo doméstico. Ele se referia à explosão no parque olímpico de Atlanta, no sábado passado.
Para ele, autor de livros sobre o assunto, é possível erradicar o terror interno dos países. "Em relação ao terrorismo internacional, damos apoio a Washington como líder do combate mundial a esse mal", disse Netanyahu.

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