São Paulo, quarta-feira, 31 de julho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

King Diamond toca à tarde no Monsters

Apresentação de dia diminui impacto

JOSÉ NORBERTO FLESCH
DA FT

O Monsters of Rock deste ano começa com um grande equívoco. King Diamond, uma das principais atrações, foi programado para se apresentar logo no início do festival, à tarde.
Não seria um problema se fosse um grupo comum, mas a banda dinamarquesa tem um visual peculiar, baseado em rituais de magia negra. Em plena luz do dia, o efeito é praticamente nulo.
Tudo aconteceu porque os promotores do festival não acreditavam no potencial do cantor King Diamond, que lidera o grupo com seu nome e também o Mercyful Fate. As duas bandas se apresentam -de dia. Tanto o King Diamond quanto o Mercyful Fate têm inúmeros fãs no Brasil.
Em entrevista à Folha, por telefone, o dinamarquês King Diamond, ou Kim Petersen (seu verdadeiro nome), 40, tenta contornar a má programação de seu grupo no festival.
"Já nos apresentamos durante o dia em festivais na Europa. Acho que o público vai gostar, de qualquer forma", fala. "Mas seria melhor se o show tivesse toda nossa produção de palco, que não poderemos usar no Brasil porque o 'headliner' (principal atração) é o Iron Maiden", lamenta o cantor.
Diamond formou o Mercyful Fate na Dinamarca, no início dos anos 80. Na metade da década, saiu para uma espécie de carreira solo, formando o King Diamond. Hoje canta nas duas bandas.
Cantor de ópera
Conhecido pela facilidade com que passa dos graves aos agudos em melodias costuradas por bases normalmente bem elaboradas, Diamond chegou a ser chamado "o cantor de ópera do heavy metal" por publicações estrangeiras. Ele afirma que nunca estudou canto. "Aprendi sozinho, assim como também aprendi a tocar guitarra e teclados sem que ninguém me ensinasse".
Músicas e letras de King Diamond e Mercyful Fate são nitidamente inspiradas no Black Sabbath. A diferença é que Diamond se apresenta maquiado. Chega a usar uma cruz pintada no rosto. O cantor não nega a influência. "Mas também ouvíamos Uriah Heep e Deep Purple", acrescenta.
Quanto ao visual macabro, Diamond diz que não é só por brincadeira.
"Tive várias experiências inexplicáveis na vida. O sobrenatural me persegue desde o início. Em 1981, durante a gravação de uma fita demo, as garrafas que estavam sobre a mesa, no estúdio, começaram a levitar. Daí por diante, esse tipo de coisa não parou mais de acontecer", jura o cantor.

Festival: Monsters of Rock
Onde: estádio do Pacaembu (pça. Charles Miller, s/nº)
Quando: 24 de agosto, a partir das 13h
Quanto: de R$ 20 a R$ 50 (ingressos à venda nas bilheterias do Pacaembu, do ginásio do Ibirapuera e na Woodstock Discos)
Informações: (011) 253-5335

Texto Anterior: Projeto divulga artistas selecionados
Próximo Texto: Basqueteira ganha porque perereca pula!
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.