São Paulo, quinta-feira, 1 de agosto de 1996
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Diretor prepara superficção

LÚCIO RIBEIRO
DA REDAÇÃO

O jejum de quase uma década longe das câmeras parece que abriu o apetite cinematográfico de Stanley Kubrick.
Tão logo finalize "Eyes Wide Shut", o diretor tem engatilhado um projeto muito mais ambicioso e digno de sua filmografia que o "normal" filme com Tom Cruise.
Trata-se da superficção científica "A.I. - Artificial Intelligence", que já estaria com seu "set design" e com seus efeitos especiais programados, só esperando pelos atores e pelo grito de "ação!" de Kubrick.
A história é qualquer coisa perto de uma época pós-apocalíptica passada em uma New Jersey submersa e dominada por robôs.
A cidade estaria protegida das águas e do gelo por uma redoma, como se estivesse dentro de uma estufa gigante.
Seus habitantes humanos -ou o que restou deles- vão tentar estabelecer contatos com a vizinha Nova York, sem saber que a megalópole foi engolida pela hecatombe nuclear.
Phillip K. Dick
"A.I.", dizem -é claro que Kubrick não confirma-, teria inspiração no romance "Martian Time Slip", do escritor Phillip K. Dick (de cujas obras já saíram "Blade Runner, o Caçador de Andróides" e "O Vingador do Futuro").
E sofreria influência ainda de um conto de Isaac Asimov, sobre sexo entre computadores.
"Épico da ficção científica" e "o filme mais inovador em técnica e efeitos especiais já feito" são alguns dos adjetivos para a ficção de Kubrick que já circulam pelas revistas especializadas em cinema, antes mesmo de o filme ter definido seu elenco.
Documentário
A volta do diretor Kubrick à ativa chegou à TV britânica.
O Channel 4 inglês passou em junho último o documentário "Stanley Kubrick: the Invisible Man".
O programa mostrou cenas inéditas de Kubrick dirigindo atores nos bastidores de "Nascido para Matar".
O documentário, que não conseguiu arrancar uma palavra sequer do diretor, colocou no ar também uma entrevista com sua filha, Vivian Kubrick.
Vivian, entre outros comentários sobre o pai, revelou também o quanto Kubrick é "estranho" e às vezes "inumano" dentro de casa.

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