São Paulo, quinta-feira, 1 de agosto de 1996
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Presidente golpista do Burundi nomeia premiê de etnia rival

Países africanos definem sanções ao governo de Buyoya

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente de Burundi, Pierre Buyoya, nomeou ontem um membro da etnia hutu para o cargo de primeiro-ministro. Pascal-Firmin Ndimira ocupará o cargo que estava vago desde que Antoine Nduwayo se demitira, semana passada.
Buyoya, que pertence à etnia minoritária tutsi, assumiu o poder por meio de um golpe de Estado que, no final da semana passada, derrubou o presidente Sylvestre Ntibantunganya. Os tutsis dominam o Exército do país.
Em represália ao golpe de Estado, líderes dos países da África decidiram impor sanções econômicas contra Burundi e cortar o fornecimento de petróleo e as linhas aéreas para o país.
"As sanções são apenas um dos elementos definidos hoje. O objetivo é exercer pressão sobre o novo regime", disse o secretário-geral da Organização da Unidade Africana (OUA), Salim Ahmed Salim, após a cúpula de um dia em Arusha, na Tanzânia (leste africano).
Desde que se iniciaram os rumores de golpe, a OUA vinha ameaçando intervir militarmente em Burundi se o governo eleito de Ntibantunganya fosse destituído.
O principal temor é que o golpe acirre os ânimos e leve a uma guerra genocida entre rebeldes radicais hutus e os militares tutsis.
O premiê Ndimira qualificou de "duras demais" as sanções do organismo que congrega as nações africanas.
Para ele, os líderes que tomaram a decisão estão "longe de Burundi" e demonstraram "não compreender o necessário trabalho de recuperação" do país.
Os militares dizem que deram o golpe porque Ntibantunganya havia perdido o controle do país.

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