São Paulo, sexta-feira, 2 de agosto de 1996
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Candidatos estocam material de ataque

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os principais candidatos a prefeito de São Paulo iniciam hoje suas campanhas na televisão já preparados para uma eventual guerra de palavras entre eles.
Os publicitários que trabalham para essas candidaturas criaram propagandas que só serão divulgadas caso seja iniciada uma troca de denúncias e críticas.
Esta é a primeira vez que a televisão brasileira divulga propagandas de 30s e 60s de candidatos a uma eleição nos intervalos da programação normal de TV, como comerciais comuns.
Os anúncios que começam a ser veiculados hoje, prometem os publicitários, vão focalizar os candidatos e seus programas.
Nada de ataques aos adversários, dizem eles. Nada parecido com a disputa direta travada no início do ano entre a Coca-Cola e a Pepsi, na "guerra dos chimpanzés", ao menos inicialmente.
À espera das reações
"Gravamos dez comerciais, mas só uns cinco deverão ir ao ar imediatamente. Decidi fazer isso porque estou com uma equipe nova de profissionais, mas também porque campanha política é como um jogo de xadrez: a gente joga conforme a reação dos adversários e do público", diz Duda Mendonça, um dos responsáveis pela campanha de Celso Pitta (PPB).
O PSDB também já conta com roteiros prontos se houver necessidade de uma resposta rápida a ataques ao seu candidato, José Serra.
"Não é do comportamento usual do PSDB atacar alguém, mas se tivermos que responder, estamos preparados", informa Lu Fernandes, coordenadora de comunicação da campanha de Serra.
O PT, por sua vez, filmou 8 dos 15 anúncios criados pelos seus publicitários. O PDT, mais atrasado do que os outros, tinha pronto ontem à tarde só um comercial.
Os publicitários acreditam que os anúncios podem ser um instrumento importante para convencer eleitores, já que muitos espectadores desligam sua televisão quando começa o horário político, que foi mantido pela nova legislação eleitoral.
Chamariz
Veiculados durante o horário de programação normal, os anúncios podem funcionar como um chamariz para que o eleitor se interesse pela campanha eleitoral.
Por isso mesmo, o PT decidiu incluir nos anúncios uma chamada para que o espectador assista ao programa do partido, diz Celso Loducca, principal publicitário da campanha de Luiza Erundina.
Duda Mendonça aposta muito no início porque acha que os primeiros 20 dias de campanha vão definir os candidatos que vão para o segundo turno.

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