São Paulo, sexta-feira, 2 de agosto de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Garimpeiros fazem sete reféns no PA
ESTANISLAU MARIA
Os seis agentes de campo e segurança e um cinegrafista foram mantidos no palanque montado pelos garimpeiros na entrada do garimpo das 9h30 às 19h30, quando foram liberados. Os funcionários foram detidos porque estariam vistoriando casas no garimpo para o programa de remanejamento da Vale. Pelo programa, a Vale quer esvaziar Serra Pelada. O garimpeiro que deixar o garimpo recebe cerca de R$ 6.000 ou uma casa em Curionópolis como indenização. Os integrantes do movimento (cerca de 500 garimpeiros) são contra o que chamam de "esmola da Vale" e impedem as vistorias. Essa foi a terceira ação semelhante dos garimpeiros nos últimos 40 dias. Em junho passado, dois funcionários da Vale, no dia 22, e outros sete, no dia 25, também foram detidos. Depois de cerca de quatro horas "sob custódia", eles foram forçados a assinar documentos redigidos pelos garimpeiros e acabaram liberados. Nos documentos -sem valor jurídico- os funcionários que não respondem pela Vale assumiam o compromisso de não fazer novos trabalhos no garimpo. A suposta desobediência a esses documentos provocou a ação de ontem. Às 15h, o garimpeiro José Brito, um dos líderes do movimento, disse à Agência Folha que "não havia nenhum sequestro" e que "os homens da Vale estavam sob custódia apenas para uma conversa com os garimpeiros". Segundo Luiz Carlos Rodrigues, gerente de segurança da Vale, os funcionários foram liberados depois da chegada de líderes garimpeiros que estavam em Brasília. Cerca de 80 garimpeiros passaram três semanas em Brasília tentando, sem sucesso, um encontro com o presidente Fernando Henrique Cardoso. Com a chegada dos líderes, a proposta de libertar os funcionários foi aprovada em assembléia. Os garimpeiros redigiram novo documento, que os funcionários se negaram a assinar. O clima ficou tenso, mas os agentes da Polícia Federal assinaram como testemunhas, e os reféns foram libertados. A Vale o os garimpeiros disputam o direito sobre Serra Pelada para poder explorar mecanicamente as 150 toneladas de ouro de uma jazida localizada a 400 metros de profundidade. Texto Anterior: Garimpeiros fazem sete reféns no PA Próximo Texto: De olho na BM&F Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |