São Paulo, sexta-feira, 2 de agosto de 1996
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Presidente usará projetos para 'embalar' reeleição

Presidente prepara anúncio de programas de desenvolvimento

SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso prepara um cronograma de eventos até o fim do ano como parte da estratégia para aprovar a reeleição.
Em agosto, o Planalto lança um plano de metas e projetos de desenvolvimento das regiões Nordeste e Centro-Oeste.
A busca de votos para a reeleição inclui até mesmo mecanismos para instalação de uma indústria automobilística no Nordeste.
As negociações envolvem o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), o governador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e o vice-presidente Marco Maciel (PFL).
A Folha apurou que FHC já decidiu que estimulará a implantação de uma montadora de utilitários e caminhões de pequeno porte no Nordeste, voltada exclusivamente para o mercado externo.
Em setembro, Fernando Henrique deve anunciar incentivos fiscais para novas indústrias do setor de papel e celulose.
A agenda da reeleição, com o objetivo de traçar o marketing de um FHC "empreendedor", tem como principais elaboradores os ministros Clóvis Carvalho (Gabinete Civil), Antonio Kandir (Planejamento) e Sérgio Motta (Comunicações).
No fim de agosto, FHC lançará, em Mato Grosso e Goiás, o Prodeco (Programa de Desenvolvimento do Centro-Oeste), com previsão de investimentos de R$ 10 bilhões nos próximos três anos.
Na prática, apenas 30% da promessa de investimentos vem do Orçamento da União e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O restante resulta de expectativas de empréstimos do Bird (Banco Mundial), BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e agências oficiais do Japão.
O Prodeco é constituído basicamente de obras para expansão do fornecimento de energia elétrica, ferrovias e rodovias para escoamento da produção agrícola.
Na próxima semana, FHC divulga no Planalto uma espécie de plano de metas, com 50 obras prioritárias nos próximos dois anos. Nada é novidade.
Os projetos integravam a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 97 e foram cortados pelo Congresso sob o argumento de que formavam um pré-orçamento.
Como o Planejamento prevê uma difícil negociação com o Congresso em relação ao Orçamento de 97, o governo decidiu lançar um plano retomando projetos da LDO derrubados pelo Congresso.
A Comissão Mista de Orçamento está insatisfeita com os cortes feitos nas emendas de parlamentares no projeto orçamentário de 96.
Os parlamentares articulam mudanças nos programas e até em estimativas de receita que constarão do projeto orçamentário de 97.

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