São Paulo, sexta-feira, 2 de agosto de 1996
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Maluf volta atrás, e CET não multa

FABIO SCHIVARTCHE
e ROGÉRIO GENTILE

FABIO SCHIVARTCHE; ROGÉRIO GENTILE
DA REPORTAGEM LOCAL

Atuação dos fiscais de trânsito da Prefeitura de SP está sub judice no Tribunal de Justiça

A Secretaria Municipal de Transportes divulgou ontem nota oficial informando que os cerca de 900 marronzinhos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) não vão aplicar multas durante o rodízio de veículos, que começa na próxima segunda-feira.
A decisão foi tomada porque a atuação dos fiscais de trânsito da prefeitura está sub judice no TJ (Tribunal de Justiça).
Em março deste ano, o TJ proibiu a fiscalização, mas a decisão só foi publicada no dia 27 de junho.
No dia seguinte, a prefeitura pediu, por meio de uma manobra judicial chamada embargos declaratórios, que o TJ esclarecesse o teor da decisão para que pudesse elaborar corretamente o recurso ao Supremo Tribunal Federal.
Como o TJ esteve em férias em julho, os marronzinhos puderam continuar multando. Na próxima semana, o TJ deverá efetuar o esclarecimento.
"Eu não podia colocar os marronzinhos multando na segunda se na terça poderia ser obrigado a retirá-los", afirmou o diretor de operações da CET, Nélson Maluf.
Segundo ele, a CET vai colaborar com o rodízio, "participando da contagem dos veículos na pesquisa de verificação da adesão".
O secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, Werner Zulauf, queria "negociar" a participação dos marronzinhos no rodízio em troca de um convênio que vinculasse o licenciamento dos veículos à aprovação do programa de inspeção ambiental da prefeitura.
Greve
Os funcionários da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) ratificaram a decisão de entrar em greve por reposição salarial na próxima segunda-feira, início do rodízio de veículos.
A paralisação deve comprometer a fiscalização do programa, já que a direção da estatal iria deslocar cerca de 400 funcionários da empresa para a aplicação de multas.
Na assembléia realizada na manhã de ontem, foi aprovada a proposta de pedir oficialmente ao governador Mário Covas a demissão do secretário de Estado do Meio Ambiente, Fábio Feldmann, e da diretoria da Cetesb.
O Sintaema (sindicato do setor) exige um aumento de 16%, julgado legal pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Os 400 funcionários da Fundação Florestal, que pedem a mesma reposição salarial, também vão paralisar as atividades a partir de segunda-feira.
A secretaria diz que não tem verbas para aumentar os salários.

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