São Paulo, sexta-feira, 2 de agosto de 1996
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IC reconstitui explosão em fita e critica a falta de legislação

Vídeo será anexado ao inquérito policial

DA REPORTAGEM LOCAL

O IC (Instituto de Criminalística) apresentou ontem uma fita de vídeo em que a explosão do Osasco Plaza Shopping é simulada por computação gráfica.
A explosão, provocada por um vazamento de gás de cozinha nas conexões da tubulação do shopping, ocorreu no dia 11 de junho e causou a morte de 42 pessoas. O vídeo vai ser anexado ao inquérito policial que apura o caso.
O diretor do IC de Osasco, Ronaldo Egydio dos Santos, aproveitou a apresentação do material para criticar a falta de uma legislação específica para a construção e fiscalização de redes de distribuição de gás em edificações.
"Até 91, a legislação era muito rígida. As distribuidoras eram obrigadas a realizar testes desde a bateria de gás até o ponto de queima. Hoje, com o esvaziamento da legislação, isso não acontece."
Segundo o perito, se a legislação não tivesse sido modificada, a probabilidade de a explosão ter acontecido seria menor.
Ele citou como exemplo o fato de técnicos da Ultragaz não terem feito testes quando foram chamados para verificar as reclamações de cheiro de gás no shopping.
José Carlos Dias, advogado da Ultragaz, afirmou que a empresa não tem responsabilidade no acidente. Segundo ele, caberia à administração do shopping pedir a realização de testes. Hoje, representantes da Ultragaz prestam depoimento sobre o caso.
O Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) apurou que 13 empresas envolvidas na construção do shopping estavam em desacordo com a legislação profissional vigente. O Crea não divulgou o nome das empresas.

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