São Paulo, sexta-feira, 2 de agosto de 1996
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Entenda a especulação com o dólar

1 - Desde a implantação do Real aplicar em dólar tem sido um péssimo negócio. Dólar não paga juros, como um CDB
2 - logo, por conta disso, os bancos ficaram, como diz o jargão do mercado, "vendidos" em dólar. Ou seja, preferiram vender dólares e aplicar os reais obtidos (ganhando a diferença de juros pagos para obter os dólares e recebidos na aplicação de reais)
3 - A segurança dessa operação está baseada na premissa de que a política de câmbio do BC não será alterada: os juros vão continuar pagando mais
4 - Se a premissa fica em xeque (e a queda do ministro argentino Domingo Cavallo foi seguida de boatos de mudança no câmbio), por segurança, os bancos adotam uma única estratégia: "zerar posição"
5 - Ou seja, quem está "vendido" em dólar, vai comprar "verdinhas". Detalhe: todos vão comprar ao mesmo tempo. Como aumenta a procura de dólar, o preço aumenta
6 - Para conter esse movimento especulativo, o Banco Central, por intermédio de leilões, vende dólares das reservas internacionais (o caixa em moeda forte do país)
7 - Assim, o BC aumenta a oferta de dólares no mercado para induzir a uma queda de preços. Com a queda, pretende o BC, os bancos mais afoitos terão prejuízo e vão parar de especular
8 - Explodida a "bolha especulativa", aos poucos os bancos vão voltar a vender dólares e aplicar os reais (para voltar a ganhar o juro). Nesse momento, o BC compra os dólares e repõe totalmente ou em parte as reservas perdidas

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