São Paulo, sexta-feira, 2 de agosto de 1996![]() |
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Zé Roberto sai e seleção encerra ciclo Tensão cerca o time masculino MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
Reclamações, falta de comunicação interna e problemas de conciliação entre interesses financeiros dos jogadores e a agenda do esporte são alguns dos ingredientes de um quadro crítico, que vai culminar com a saída do técnico José Roberto Guimarães. "É muito complicado resolver todos esses problemas que temos enfrentado", diz o treinador, cujo contrato com a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) termina hoje. Ele diz que sua saída do cargo "encerra um ciclo" e estava resolvida desde o Brasil, independentemente dos resultados. Ele já firmou acordo para treinar a equipe do Banespa, em São Paulo. O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman disse ontem à Folha que o treinador poderá ser convidado a voltar ao comando da seleção pelo novo presidente da CBV, Ary Graça. "Mas ainda não há nada resolvido sobre assunto. A escolha será do presidente." Para Nuzman, que presidiu a CBV de 75 a 95, período em que o esporte ganhou popularidade e a medalha de ouro em Barcelona-92, a derrota poderá prejudicar os jogadores, mas não o esporte. "Individualmente é possível que eles tenham prejuízos em termos de patrocínio, mas o vôlei em geral não deverá ter problemas." Carlão, o jogador mais experiente da seleção, voltou a criticar o tratamento que recebeu da comissão técnica nessa Olimpíada. Ele foi cortado por ter sofrido um estiramento muscular e acabou reconvocado do Brasil para se transformar numa espécie de psicólogo improvisado junto aos mais jovens -que, como diz Zé Roberto, "enfrentaram problemas de cabeça". "Ajudei no que pude, mas poderia ter entrado em algumas partidas, ter jogado contra a Iugoslávia e hoje (ontem)", reclamou. Zé Roberto disse que ele próprio, quando jogador, já entrou em quadra machucado. "Mas não poderia assumir essa responsabilidade com o Carlão, já que tínhamos a palavra do médico." Mas, apesar da queixa, Carlão, segundo o técnico, em nenhum momento o procurou para pedir para jogar. O jogador, estranhamente, confirma que não falou com o técnico e promete "comentar o assunto" depois da Olimpíada. Carlão disse que seu destino, depois da Olimpíada, será o vôlei de praia. Ele pretende convencer Tande a acompanhá-lo. Outro que deixa a seleção é o meio-de-rede Paulão, que ontem chorou depois da partida contra a Argentina: "Gostaria de ter tido uma despedida diferente, não queria ter encerrado minha participação na seleção dessa forma, entrando em poucos jogos". Texto Anterior: Regulamento evita o ouro dos brasileiros Próximo Texto: Brasil tenta hoje o quinto lugar Índice |
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