São Paulo, sexta-feira, 2 de agosto de 1996
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COB diz que Globo não tem preferência na Olimpíada

MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
DO ENVIADO A ATLANTA

Se a Olimpíada de Atlanta é um evento produzido para a TV, no Brasil ela é um show para a Globo.
Com uma equipe de 115 profissionais, entre jornalistas, técnicos e pessoal de apoio, a emissora mobilizou para a Olimpíada sete unidades móveis de reportagem e câmeras exclusivas, além da cobertura regular dos eventos, com imagem gerada nos EUA.
"Com tanto poder, eles acabam tendo privilégios", diz um jornalista de uma emissora concorrente, que prefere não se identificar.
O mesmo jornalista considerou "um absurdo" o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) ter mantido sigilo a respeito da instalação de um equipamento de videoconferência da Globo no alojamento brasileiro.
"Foi uma idéia que surgiu em março", diz Luis Fernando Lima, diretor de Esportes da Globo. "Em abril, numa reunião com o comitê organizador e a Atlanta Olimpyc Broadcasting (AOB, responsável pelas transmissões de TV na Olimpíada), obtivemos a autorização, desde que o COB concordasse. O COB concordou e pedimos que fosse mantido sigilo", explica.
Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, diz que não houve tratamento privilegiado. "No documento em que autorizamos a instalação do equipamento deixamos claro que não era um privilégio deles. Se outra emissora desejasse fazer o mesmo, teríamos autorizado", diz.
Sobre a cumplicidade na manutenção do sigilo, Nuzman argumenta que não é papel do COB informar concorrentes. "A Folha, por exemplo, foi o único jornal a pedir e ter uma sala no centro de imprensa. Não ia telefonar e avisar os outros jornais", diz.
(MAG)

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