São Paulo, sexta-feira, 2 de agosto de 1996
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Zagallo fica irritado

MM E MD
DOS ENVIADOS A ATHENS (EUA)

O técnico Zagallo foi do abatimento à exaltação na entrevista coletiva concedida ontem. "Pelo que sinto, estamos num velório", disse, ao chegar. "Mas até nos velórios se bate papo sobre futebol."

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Pergunta - O que levou o Brasil a ser eliminado?
Zagallo - O primeiro jogo, a derrota para o Japão (1 a 0), desestabilizou emocionalmente a equipe. Ela veio bem nos amistosos, mas caiu depois.
Pergunta - Houve excesso de confiança na Olimpíada?
Zagallo - No caso do jogo contra o Japão, sim. Mas, aqui, nunca jogamos tão bem como treinamos.
Pergunta - O sr. vai continuar jogando com três meias defensivos?
Zagallo - Para mim, Flávio Conceição não é cabeça-de-área, é um meia-direita ou meia-esquerda.
Pergunta - Como o sr. analisa os jogadores com mais de 23 anos?
Zagallo - Bebeto e Aldair foram bem. Rivaldo foi caindo na competição, mas foi considerado o melhor jogador do país.
Pergunta - O que lhe doeu mais: a derrota na Copa do Mundo de 74 ou na Olimpíada de 96?
Zagallo - Eu prefiro falar das vitórias nas Copas de 58, 62, 70 e 94.
Pergunta - O senhor vê erros na preparação da equipe?
Zagallo (gritando) - Se nós tivéssemos vencido, ninguém ficaria apontando erros. Uma coisa é criticar. Outra é aproveitar o momento da derrota, aproveitar dados não-verídicos.
Pergunta - Qual dado citado é inverídico?
Zagallo - Não vou repetir. Não sou videoteipe.
Pergunta - A Nigéria, com condições de trabalho piores, venceu o Brasil. A mordomia prejudicou?
Zagallo - Está bem. Da próxima vez, nós vamos nos concentrar num cabaré.
Pergunta - Por que o senhor insistiu em Rivaldo?
Zagallo - Não vamos botar a culpa no rapaz. Se querem procurar um culpado, eu assumo a responsabilidade. A culpa é toda minha.

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