São Paulo, sexta-feira, 2 de agosto de 1996 |
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'Feriados' falha ao exaltar o banal
MARCELO REZENDE
Em "Feriados em Família", seu segundo filme, o motivo retorna. Não mais como falta, mas como excesso. Tentativa frustrada de criar uma comédia de costumes, "Feriados" nos apresenta uma mulher que perde o emprego às vésperas de reencontrar seus pais e irmãos no Dia de Ação de Graças. Sua chegada anuncia dificuldades. É obrigada a lidar com uma mãe dominadora, um irmão provocador e uma irmã que a odeia. Ao contrário de "Mentes Que Brilham", em que mostrava os problemas de um garoto superdotado, em nenhum momento Foster parece estar próxima das situações que mostra. Sua indagação sobre a vida -o quanto há de misterioso em ter presente em toda existência pessoas que não escolhemos amar, mas que ainda assim amamos- continua para ela um segredo. É falho seu esforço pela simplicidade. Entre o pai que ainda vê a filha como uma menina, ou o antigo namorado que reaparece, só resistem os clichês. O engano de Foster é crer que a idéia de simplicidade deva ser construída pela noção de banal. Banalidade que não está só no conteúdo, mas nas soluções para cada cena, fazendo com que o filme se assemelhe a dramas de TV. Os problemas de Foster com o desejo -ou aversão- por parentes persistem em seu trabalho. A esperança é que volte a enfrentar o tema com coragem. E não apenas com boa vontade. Seu trabalho como diretora indica uma presença interessante e disposta a criar um trabalho que não se curve às exigências do mercado. Talvez em uma próxima vez. Filme: Feriados em Família Produção: EUA, 1996 Direção: Jodie Foster Com: Robert Downey Jr., Holly Hunter Quando: a partir de hoje no cine Metro 2, Center Iguatemi 2 e circuito Texto Anterior: 'História' é um Scola sem esperança Próximo Texto: NOITE ILUSTRADA Índice |
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