São Paulo, sexta-feira, 2 de agosto de 1996
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Priebke era o 'avô bonachão'

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Erich Priebke era chamado de "avô bonachão" e de "bom vizinho" nos 46 anos que viveu em Bariloche, cidade argentina considerada um refúgio de ex-nazistas.
Na cidade, também estiveram Joseph Mengele, "médico da morte" dos campos nazistas, e Adolf Eichmann, o inspirador da "solução final" contra os judeus na Segunda Guerra.
Priebke passou mais de 46 anos sem ser descoberto na cidade que fica 1.700 km a sudoeste de Buenos Aires.
Ele havia fugido de uma prisão controlada pelos britânicos em Rimini, na Itália, no dia 31 de dezembro de 1946, enquanto os guardas festejavam o Ano Novo.
O ex-nazista nasceu no dia 29 de julho de 1913 em Henningsdorf, Alemanha.
Órfão desde os sete anos, foi criado por um tio. Começou a trabalhar com hotelaria ainda jovem, morando por alguns anos na Itália e no Reino Unido.
Em 1933, voltou à Alemanha e se inscreveu no partido nazista. Entrou para a SS (polícia militar de Hitler) em 1937. Foi para Roma em 1943 e tornou-se capitão.
Foi nesse período que ocorreu o massacre das Fossas Ardeatinas.
Depois de fugir da prisão, conseguiu junto a um padre alemão um passaporte da Cruz Vermelha e fugiu para a Argentina, em 1948. A condição foi o abandono da religião protestante.
Dois anos depois de chegar a Bariloche, Priebke montou uma loja de frios. Estabeleceu mais tarde uma pensão, transformada depois numa clínica médica.
O ex-nazista chegou a presidir a Associação Cultural Germano-Argentina.
Priebke diz ter feito viagens aos EUA, à Itália e à Alemanha nesse período.

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