São Paulo, sábado, 3 de agosto de 1996 |
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Na TV, Maluf 'exagera' realizações
FÁBIO SANCHEZ
Maluf disse que "mais de cem mil pessoas estão saindo da favela para os apartamentos do Cingapura", o projeto da prefeitura de verticalização de favelas. O número citado pelo prefeito contraria dados da própria Secretaria de Habitação do município. Segundo a Sehab, foram construídos até agora 3.500 apartamentos pelo projeto Cingapura Considerando-se dados do IBGE segundo os quais moram quatro pessoas por domicílio no Brasil, o Cingapura beneficiou no máximo 14 mil pessoas, 86 mil a menos do que anunciou Paulo Maluf. O prefeito também afirmou que o Plano de Atendimento à Saúde (PAS), sistema de privatização do atendimento médico, "já pode atender 8,5 milhões de pessoas numa população de 10 milhões". Segundo a assessoria do secretário da Saúde Roberto Paulo Richter, o PAS está capacitado para atender a 45% da população de São Paulo, o que equivale a no máximo 5 milhões de pessoas. Sorrisos Entre os primeiros colocados nas pesquisas eleitorais, apenas Luiza Erundina (PT) e Francisco Rossi (PDT) apareceram no horário eleitoral que foi ao ar das 13h às 13h30. O programa do PT apresentou Erundina vestida de branco e sorridente durante os quatro minutos de duração. A palavra "sim", mote da campanha petista, apareceu nos intervalos da fala da candidata. Ela disse que mudou sua visão de administração pública nos últimos quatro anos "porque as pessoas precisam evoluir com a cidade". Erundina também garantiu que não vai interromper as obras da gestão Maluf e que a saúde será sua "preocupação número um". Francisco Rossi apresentou no programa seu candidato a vice, Marcos Cintra (PL). Segundo Cintra, Rossi tem "o mais moderno programa de governo". Rossi não citou seu programa de governo. Usou frases otimistas como "este é o momento de acreditar" e "vou transformar São Paulo numa cidade extraordinária". Falso Enéas Entre os candidatos a vereador, muitos pretenderam utilizar nomes famosos para conseguir votos. Um deles, Enéas, candidato pelo Prona, usa barba e também é calvo, como o Enéas Carneiro que se candidatou a presidente em 1989 e 1994. Outro candidato, Celso Jatene (PMDB), cita várias vezes a palavra coração, procurando uma relação direta como o ministro da Saúde, Adib Jatene, que é cardiologista. Texto Anterior: Jatene critica poder de banqueiros Próximo Texto: Serra não terá convidados em programa Índice |
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